SONHO RUIM

Com todo o respeito à opinião de Alexandre Gallo, existem, sim, sonhos maiores do que o ouro olímpico. E mesmo que o coordenador das categorias de base da CBF esteja falando apenas sobre seu objetivo como técnico do time que disputará os Jogos de 2016, a medalha de ouro não deveria ser elevada ao Santo Graal.
O exagero que se comete em relação ao “único título que a Seleção Brasileira não tem” é só mais um aspecto do materialismo que conduziu ao 1x7, reflexo do “sonho do hexa” frustrado, complexo de quem quer ter em vez de ser. A dois anos das Olimpíadas do Rio de Janeiro, busca-se uma conquista, não um time.
Jamais ter ganhado o torneio olímpico de futebol não faz falta à Seleção Brasileira. Nem ao currículo da camisa e nem à memória emocional de quem se importa com ela. E quanto maior o investimento de recursos e expectativas, como a convocação de jogadores acima da idade para aumentar a possibilidade de vitória, maior é a decepção com um evento que deve ser encarado como um meio.
Gallo foi o responsável pelo último exercício de supervalorização da medalha que os argentinos ganharam duas vezes nos últimos dez anos. Nos estádios da Copa, ninguém os ouviu cantar sobre os feitos alcançados em Atenas e Pequim. A Espanha venceu em Barcelona 92, conquista que não se compara ao período que teve início dezesseis anos depois.
O ouro no futebol em 2016 não terá significado em si. A não ser que seja conquistado por uma equipe que colabore para a recuperação dos conceitos que a Seleção Brasileira deve exibir, será apenas um objeto de metal. O grande sonho deve ser um time, e aqui estamos falando, claro, da Seleção principal.
Quanto aos conceitos, obviamente não se trata de retornar no tempo até 1970 ou 1982. Não é assim que o Brasil de 2014 deveria JOGAR. O Brasil de hoje deveria jogar como a Alemanha, mas melhor. Esse foi o sonho que os alemães tiveram quando perderam para a Espanha em 2008.

TEMPORADA 2015 JÁ COMEÇOU PARA O H. F. M.

Olá, galera. Estamos aqui em mais uma coluna. Este ano só pude disputar a primeira de seis etapas do Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, devido à incompatibilidade de calendário por conta de particularidades que surgiram e que impediram e impedirão ao longo da temporada. Portanto, a temporada 2015 bateu à porta do H. F. M. e já estamos nos preparando para a temporada. Reforçamos o plantel e ainda virão mais novidades até o fim do ano, buscamos incansavelmente parcerias, teremos em breve um novo CT, participaremos de torneios abertos e de ligas independentes para 'dar mais experiência ao plantel' e conhecer novos adversários - enfim, planejamos 2015 desde já para alcançar maiores voos.
Alguns quesitos já tive boas evoluções, melhorei média de gols - já passa de 1 gol por jogo, tive pequena melhora na defesa, entro na mesa sem medo de perder para tal adversário. Porém ainda procuro mais me concentrar, ter mais paciência, levar muito mais a sério!
Planejamos algumas datas para realizar alguns amistosos e assim que o CT estiver pronto, realizaremos alguns torneios amistosos como preparação. Utilizaremos a Liga IV Centenário como laboratório para o plantel e preparação para as etapas do Campeonato Estadual, além dos treinamentos de terças, quintas e sábado no River F. Clube.
Bom, aí um resumo do planejamento do H. F. M. para o fim da temporada 2014 e início da temporada 2015 - mesmo estando ainda em agosto. Obrigado por sua leitura!

OS INCAPAZES...

Impressionou-me o noticiário, há um mês, dando conta de que o Vasco admitia o empréstimo do meia colombiano Montoya aos portugueses do Vitória de Guimarães. 
O jogador, de 22 anos, foi contratado no ano passado com alguma expectativa, depois de boa temporada no futebol argentino. 
O menino é um canhoto habilidoso, com boa técnica, velocidade, típico portenho desses que os clubes buscam para fazê-lo de referência na ligação com o ataque. 
Mas não teve sorte. 
Primeiro, por sua demorada regularização. 
Depois, por encontrar um time de jogadores preguiçosos, de qualidade técnica sofrível. 
Num departamento de futebol sem comando e nas mãos de comissões técnicas incapazes, vocês imaginam a luta...
ENTRE setembro e dezembro, a esperada joia, em quem o Vasco em parceria com empresários investiu R$ 3 milhões, teve jogou com Abuda, Sandro, Cris, Nei, Wendell, Bernardo, André e Reginaldo _ o que, por si só, já diz muito no que se refere à adaptação de um estrangeiro de 21 anos, pressionado por resultados imediatos. 
NO BRASIL, cobra-se muito dos jovens com potencial.
Em vez de trabalhar a capacidade deles, corrigindo erros e aprimorando virtudes, os técnicos agem como inquisidores, atirando jogadores com menos de 24 anos na fogueira dos resultados imediatos _ como se fossem culpados por saberem jogar bola. 
Rigor, aliás, que não se vê com os "cumpridores de determinações táticas".
EM SUMA: vale mais quem faz o que o técnico manda do que quem manuseia a bola com destreza, ensaia o drible e ousa dar um mínimo de plasticidade ao jogo. 
Quer dizer, depende: se for um jogador formado e amigo do treinador...
MONTOYA não é um craque (longe disso), mas não é lógico emprestá-lo sem antes experimentá-lo ao lado de jogadores como Douglas, Kleber, Fabrício, Diego Renan, Guiñazu - enfim, de qualidade superior aos que rebaixaram o clube.
Não conheço um só estrangeiro que obtido resultado aos 22 anos. 
Geralmente, desabrocham aos 25, e com mais de um ano de adaptação. 
O COLOMBIANO também não é o único. 
O argentino Lucas Mugni, de 22 anos, passa o mesmo no Flamengo: muita cobrança e pouca lapidação. 
Se bem que, a bem da verdade, Jayme de Almeida vinha tentando aperfeiçoá-lo. 
Mas é por aí que se consegue enxergar o que os técnicos brasileiros não admitem: a preocupação deles é fazer o time não perder. 
Jogar futebol é outra coisa...

A MÁ FAMA

Mircea Lucescu, ex-jogador do Dínamo Bucareste das décadas de 60 e 70, sempre foi um apaixonado pelo futebol brasileiro. Não apenas pelo estilo de jogo que admira desde os tempos de Pelé, Tostão & cia, mas, sobretudo, pelo estilo de vida nos trópicos.
A ponto de em 2013 dizer à revista France Football que a essência do nosso povo girava em torno de "futebol, samba, praia e sexo" - impressão tirada depois de passar alguns dias excursionando pelo país com a seleção romena, em 1967.
POIS BEM, ontem, o hoje técnico do Shakhtar Donetsk voltou a falar dessa admiração ao criticar o comportamento "pouco profissional" de alguns dos 12 brasileiros com contrato em vigor com o clube ucraniano.
E direcionou as críticas ao ex-tricolor Wellington Nem, que segundo ele está sendo mal orientado a forçar a liberação para um retorno ao Fluminense, depois de ter sido vendido há um ano por um punhado de euros.
É PRÁTICA antiga, sabemos, mas Locescu diz que a fama de mau profissional já roda os clubes europeus. "E o talento não é tudo", ressalta.
O DURO DISCURSO me fez lembrar do desconforto do CEO do Benfica, Domingos Oliveira.
Quando perguntado sobre a dura relação que os clubes portugueses decidiram assumir nas negociações de jogadores com os brasileiros, Domingos, destaque do fórum de marketing esportivo organizado pela W2G Sports, na Uerj, sorriu ironicamente e disse que não estaria sendo cortês se utilizasse o evento para dizer o que pensa sobre os clubes brasileiros a este respeito. 
Fiquei sem graça...

CRÔNICAS DIVERSIFICADAS

Olá, galera! Vocês que acompanham o meu blog já repararam e, provavelmente, já vieram com um questionamento em mente ao ler minhas colunas: "se o blog do Lauria é sobre Futebol de Mesa, por que o Lauria fala de futebol?"... Amigos do meu Brasil, falo sobre o futebol porque é a nossa paixão e o que nos inspira e nos faz sonhar para praticar o delicioso Futebol de Mesa.
Lembrando que somos um país democrático e de liberdade de expressão, podemos falar de qualquer assunto neste charmoso blog. Mas a paixão pelo futebol e pelo futebol de mesa são maiores e escrevemos exclusivamente sobre estas paixões.
Gosto muito de ler e escrever e sou apaixonado por futebol e futebol de mesa. Então decidi unir a fome com  vontade de comer e escrevo sobre futebol e futebol de mesa. São duas paixões inexplicáveis e que me trazem muitas alegrias.
Comecei a acompanhar futebol com 06 anos e comecei no futebol de mesa com 07 anos, ambos graças a meu pai. A medida que o tempo passou, a paixão só aumentou, até que resolvi escrever as colunas neste charmoso blog. E já incentivo o meu filho a fazer o mesmo. Ele gosta de futebol, gosta de jogar futebol de mesa e até me acompanha nos treinamentos e competições de futemesa.
Bom, galera. Isto é um resumo do que vocês poderão esperar deste charmoso e democrático blog. Leiam e comentem as colunas. Todos vocês podem viajar nas crônicas e nas histórias fictícias. Continuem visitando o blog e "VIVA O FUTEBOL DE MESA!"

DUNGUINHA PAZ E AMOR

Ele não foi tão mal na Seleção como amam detestá-lo os muitos críticos. Também não foi tão bem como adoram defendê-lo seus poucos defensores tão empedernidos quanto ele em campo e no banco.
Ele é mais do mesmo. Como é o vice que será presidente Marco Polo. Como é o presidente que será vice Marin. Dois que apreciam o estilo conservador de Dunga. Pátria de chuteiras e de coturnos. Guarda pretoriana canarinho. Escola militar de organização pétrea. Disciplina além da conta. Liberdade vigiada. Vigilância privada. Segurança máxima. Fervor a ferro e fogo.
Não gosto do estilo. Mas respeito o homem e o profissional. Não seria o meu treinador. Prefiro Tite. A bola desta vez. Muito mais que o Dunga que já virou em campo um jogo mais pesado da Copa de 1990 para a de 1994. Mas que não me parece o treinador pronto para o que precisamos. Ele pode resgatar algo que o grupo de Felipão havia resgatado até ser rasgado no Minerazen. Ele sabe botar mais Brasil na camisa.
Mas o mais importante é colocar mais futebol brasileiro nas chuteiras. Não acho que é o cara certo. 
Não me parece o treinador ideal. E mesmo o meu “ideal” ainda está longe do necessário. 
Até por falta de muitas coisas que o treinador da Seleção não pode resolver. E nem sabe como fazer.
Ao menos começou bem o papo de Dunga no comando da Seleção. Mandou bem na humildade do primeiro pronunciamento ao dizer que ele errou no trato com a imprensa, que ele focou muito no desempenho em campo e que, agora, será mais, digamos, aberto a diálogo. Ou não tão fechado num casulo, num feudo.
Foi bem. E espero que a imprensa também dê um crédito a ele a esse respeito. Até por que a imprensa não ganha jogo. Mas pode perdê-lo. Um ambiente ruim como foi criado de lado a lado não ajuda o Brasil. Dar-se bem com a imprensa não importa tanto, como bem soube a Itália de 1982, campeã do mundo em greve com toda a stampa italiana.
Dunga pareceu sereno, tranquilo, na escala Dunga de humor, que vai de Dilma a doutor Enéas.
Não se aprofundou em nada, também por que não foram levantadas bolas nessa direção a ele. Mas deixou claro que não fará milagres. Não venderá sonhos. Irá aprimorar o coletivo. Disse que aprendeu algumas coisas com a Copa (sobretudo com a Alemanha). Falou muito da “inteligência calcis” (apertando o SAP do português para o italiano), ops, inteligência futebolística. Algo que ele conversou muito com o amigo “Enrico” (Arrigo) Sacchi.
Elogiou bastante o trabalho sem bola dos alemães, a marcação mais recuada atrás da pelota de muitas equipes na Copa, o comprometimento do artilheiro Muller na marcação, e o comprometimento do goleador Klose em prol do coletivo, não para quebrar o recorde individual de Copas.
Embora tenha dito que a “única” equipe que atuou ofensivamente com três na frente foi o Chile – que não foi, era um 3-4-1-2, no mais das vezes. A Alemanha que tanto ele gostou jogou, sim, no 4-3-3, embora com o meia Ozil como o homem pela esquerda e, por vezes, Muller pela direita (quando Klose assumiu o comando de ataque).
Dunga enfatizou a questão coletiva – ótimo -, não gosta tanto de malabarismos com a bola – faz parte -, mas, de fato, não falou – e a ele não foi perguntado – como fará com o time.
De bom, mesmo, é que não vai adotar o estilo terra arrasada. Vai aproveitar o que houve de bom em 2014. E vai trabalhar também a curto e médio prazo. Não adianta escalar agora o time para o pontapé inicial na Rússia, em 2018. É tempo de fazer uma transição segura e gradual.
Dunga também cutucou a questão do equilíbrio emocional da Seleção. Veladamente, mas tocou no assunto que pode e deve ser melhor tratado. Mas não com defesas de teses definitivas.
Enfim, mais do mesmo de Dunga e de entrevistas coletivas. 
Ao trabalho, meus velhos. 
A realidade é dura. Mas Dunga parece não estar tão duro. 
Dunga não merece tantas críticas. 
Mas o Brasil não merece tantos Dungas.

ESPERTOS? PROBLEMAS FINANCEIROS DOS CLUBES NÃO SÃO DE AGORA

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, representa à perfeição a classe dirigente dos clubes do futebol brasileiro. Ele é o rosto, o cérebro e os membros do tipo de executivo que toma decisões em nome de instituições centenárias onde está de passagem, personificando a falta de capacidade, vergonha e escrúpulos.
Esse gênero de dirigente é responsável pelo estado de penúria dos nossos clubes, por ações e omissões que caracterizam gestões prejudiciais do ponto de vista interno e também no aspecto do comportamento coletivo que os clubes deveriam assumir em prol da valorização e da governança do produto que possuem.
No Botafogo, Assumpção tomou medidas que não protegem os melhores interesses da coletividade, vendeu uma falsa ideia de saúde financeira, tentou se associar a parceiros dos quais deveria manter distância. Junto com seus pares nos grandes do Rio, em 2011, sabotou o que poderia ser um avanço na comercialização dos direitos de televisão do Campeonato Brasileiro utilizando um discurso individualista. Hoje, com as receitas bloqueadas, Assumpção tenta sequestrar o governo federal com a ameaça de retirar o Botafogo do Campeonato Brasileiro por não conseguir honrar compromissos. Que esperto.
O debate sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte é um momento crucial para o futebol no país. O governo terá obrigatoriamente de escolher um lado no cabo de guerra que opõe jogadores e dirigentes. Se a presidente Dilma Rousseff aprovar o projeto de lei como é hoje, perdoará os cartolas ao lhes oferecer um salvo-conduto para continuar agindo da mesma maneira. Cartolas como Maurício Assumpção, que não coram diante da desfaçatez que sugerem.
Neste aspecto, é alarmante o comportamento do secretário de futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, que pareceu à vontade para fazer o jogo da cartolagem ao dizer, na última sexta-feira, que o governo “tem pressa. Esperamos aprovar a lei até setembro porque tem clubes que não chegam até fim do ano se a lei não sair”. É o tipo de demagogia que se espera ouvir de alguém como Assumpção, não de um jornalista experiente que deveria saber com o que, e com quem, está lidando.
Os cartolas querem que o governo – e você – acredite que os clubes precisam ser salvos do inferno. No processo, dívidas que são fruto da mais pura irresponsabilidade serão refinanciadas. A julgar pela declaração de Nascimento, o secretário já foi convencido.
O governo não deve ter pressa alguma. A presidente Dilma Rousseff também recebeu os representantes do Bom Senso Futebol Clube e ouviu deles que não aprove o projeto de lei sem a devida discussão. Os avanços no futebol brasileiro estarão em perigo se a cartolagem for agraciada com mais um socorro da União, disfarçado de resgate dos clubes. É preciso ser muito ignorante, ou muito mal intencionado, para acreditar nesse embuste.
Quanto a Maurício Assumpção, que ele honre o que diz e tire o Botafogo do Campeonato Brasileiro. Vejamos se a ameaça passa de fanfarronice de quem perdeu qualquer constrangimento.
NOTA DO BLOG: Por iniciativa do secretário de futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, ele quis esclarecer que sua declaração sobre “a pressa” em aprovar o projeto se deu pelo fato de o ministério estar trabalhando nisso há um ano e meio. Nascimento concorda que a questão deve ser discutida com a sociedade, e aguardava, ontem à tarde, uma correspondência do Bom Senso Futebol Clube com sugestões. O secretário não vê com bons olhos o “radicalismo” (termo usado pelo próprio) que tem caracterizado a discussão, opondo dirigentes e jogadores. Nascimento entende que é possível chegar a um texto que contemple as principais – não todas – necessidades de todos, incluindo CBF e governo. A reforma que o futebol brasileiro urgentemente necessita depende de um gesto firme do governo quanto ao modo como nossos clubes são administrados.
OPORTUNIDADE => 
Repetindo o que escrevemos aqui: os clubes devem mais de 5 bilhões de reais à União, que pode se considerar proprietária de todos eles. Não há nenhuma razão para que o governo se impressione com o discurso hipócrita dos cartolas. Ao contrário, é preciso falar alto com quem sonega e aproveitar a oportunidade para transformar o futebol brasileiro. O ministro do esporte, Aldo Rebelo, tem falhado gloriosamente nesta tarefa.

FELIZ DIA DOS PAIS

(Fabio Jr)

Pai, pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos, pai e filho talvez 

Pai, pode ser que daí você sinta, qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz....

Pai, pode crer, eu tô bem eu vou indo, tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer...

Pai, eu não faço questão de ser tudo, só não quero e não vou ficar mudo 
Pra falar de amor pra você 

Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa, fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver

Pai, me perdoa essa insegurança, é que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu 

Pai, eu cresci e não houve outro jeito, quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa e brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai, você foi meu herói meu bandido, hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho, você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz

O NOVO DUNGA



Os últimos dias serviram para que conhecêssemos um novo Dunga. Novo no sentido de ser diferente do que pensávamos conhecer. Por intermédio de reportagens do Espn.com.br e da Folha de S.Paulo, fomos apresentados a um Dunga ativo nos negócios do futebol, que lucra com transferências de jogadores, que movimenta cifras no exterior, que se utiliza de empresas off-shore, que é cobrado pela Receita Federal brasileira.

Mas o próprio Dunga nega a existência desse intermediário revelado pelas histórias publicadas com fartura de detalhes e documentos. O recém-empossado técnico da Seleção Brasileira desmente seu papel como agente em um dos casos e, no outro, considera-se perseguido (um padrão de comportamento?) pela Receita. Em ambos, tornou-se público um traço da personalidade do treinador: a generosidade.
De acordo com a Folha, há indícios de que Dunga não pagou impostos sobre uma quantia movimentada fora do Brasil em 2002. A Receita Federal suspeita que operações financeiras fantasmas foram utilizadas para justificar um depósito de 270 mil dólares, não declarado, feito pelo Jubilo Iwata em uma conta de Dunga. O técnico alega que se trata do pagamento, em espécie, de um empréstimo concedido por ele ao clube japonês.
Na reportagem do site da ESPN também consta um empréstimo feito pelo atual técnico da Seleção. A história desnuda a participação de Dunga na transferência de 75% dos direitos econômicos do meia Ederson, do RS Futebol Clube para a empresa Image Promotion Company (IPC), em 2004. Documentos atestam uma comissão de pouco mais de 400 mil reais. Dois anos mais tarde, o IPC adquiriu os 25% restantes em uma operação de 575 mil dólares na qual Dunga aparece como autor do crédito para os representantes do RS Futebol Clube. Segundo Dunga, a quantia foi emprestada por ele ao IPC.
Desde que tudo seja feito em concordância com as leis, não há nada de errado na atuação de Dunga como intermediário em negociações de jogadores (ou como socorro financeiro a clubes de futebol e empresas que representam atletas) durante o período anterior a seu primeiro trabalho como técnico da Seleção Brasileira, quando estreou na profissão. Mas Dunga sempre declarou manter-se afastado dos tentadores negócios do futebol, aparentemente para sustentar uma postura ética que, agora, está em xeque.
Porque além de agir em desacordo com o que disse, Dunga tenta discutir com os documentos que comprovam seu envolvimento na transferência dos direitos de Ederson, uma atitude intrigante diante da clareza das evidências. Por que a relutância em admitir algo que se deu quando ele ainda não era técnico?
O pós-Copa da CBF continua a nos surpreender, como essas produções de baixo orçamento que se superam em bizarrices a cada cena. Podemos ter um ex-agente como técnico da Seleção, chefiado por um ex-agente como coordenador, chefiado por figuras que explicam tudo. E a sensação é de que estamos no começo do filme.


ATUALIZAÇÃO – Dunga publicou um esclarecimento em seu site. O advogado do técnico da Seleção Brasileira diz que ele nunca trabalhou como “agente, procurador ou empresário de jogador de futebol”. Mas admite que Dunga participou do negócio envolvendo o meia. De acordo com a explicação, Dunga apenas aproximou as partes que fizeram a negociação, e por isso recebeu a comissão.

O ÚLTIMO DOS ACAJUS


Parecia um jantar do elenco do seriado Chapolin, com muita tinta acaju, pulseiras de prata, calças de tergal e sobrancelhas feitas com um risco em forma de meia-lua. Estava lá o octogenário Julio Grondona, jefe da Associação de Futebol Argentino. Ele é acusado de ter ganho 78 milhões de dólares para votar no Catar para sede da Copa de 2022.
Também apareceu Nicolás Leoz, um paraguaio de 82 anos que preside a Confederação Sul-Americana de Futebol, a Conmebol. Além de ter recebido suborno da ISL, diz-se que ele teria pedido um título de nobreza (…), em troca de seu voto pela Inglaterra. ‘Don Leoz, donde está su corona?’, gritou-lhe Teixeira, trazendo à baila o almejado título de sir. Leoz fez um bico de muxoxo e levantou os braços sobre a cabeça, fingindo estar sendo coroado, e todos gargalharam. ‘Se nos derem as Malvinas, eu voto em qualquer coisa!’, gritou Grondona, que usa um anel de ouro no mindinho com a expressão ‘todo pasa’”.
As linhas acima talvez sejam as mais significativas do icônico perfil assinado pela jornalista Daniela Pinheiro, para a revista Piauí, em julho de 2011. O artigo, entitulado “O Presidente”, expôs o ambiente de cartolas sul-americanos na FIFA, após acompanhar Ricardo Teixeira e seus pares durante dias de reuniões em Zurique.
Teixeira, 67, está exilado em Boca Raton ou no Rio de Janeiro após reinar por vinte e três anos na CBF. Leoz, 85, sentou-se no trono da CONMEBOL por vinte e sete anos. Em abril do ano passado, renunciou ao cargo alegando problemas de saúde e tomou o caminho para lugar nenhum. Ambos fugiram do Comitê Executivo da FIFA por causa do escândalo da ISL.
Grondona, 82, sustentou-se como monarca do futebol argentino por trinta e cinco anos. Confidente de Joseph Blatter, ostentava uma camada de teflon como vice-presidente senior da FIFA até a manhã de ontem, quando um aneurisma na aorta o matou. O último dos acajus se foi.
LEGADO => 
Escreveu Daniela Pinheiro, na Piauí: “No salão de chá do Baur au Lac, o argentino Julio Grondona estava esparramado numa poltrona, com o rosto afogueado. ‘Ah, fui ver os vitrais do Chagall, comi um risoto maravilhoso, bebi uma garrafa de Chianti e brindei à eleição da Fifa’, disse, caindo na gargalhada”. Como está grafado no anel que Don Julio usava, tudo passa.
FEUDAIS => 
O futebol não sentirá a falta de Grondona, como não sente a de Teixeira ou Leoz. Epítomes do anacronismo que tratavam o jogo como bem particular. As cadeiras que deixaram após décadas foram ocupadas por súditos que compartilham das mesmas práticas, servindo-se ao invés de servir. Don Julio, um abnegado, trabalhou até o último dia de sua vida.

A HORA DO AVANÇO

As cadeiras quebradas na Arena Corinthians protagonizam a tragicomédia da semana no futebol brasileiro. Os humoristas do STJD denunciaram o dono do estádio e o Palmeiras pelos atos de vandalismo que geraram uma conta de R$ 45 mil para Paulo Nobre pagar, conforme acordo entre os clubes. O que significa que quando o Corinthians for ao Allianz Parque, as gentilezas serão retribuídas com imbecilidade e transferência interbancária semelhantes.
Enquanto dirigentes trocam cadeiras quebradas e o tribunal revisita o ridículo que o caracteriza, pouco se pensa em atacar o problema que é um, apenas um, dos aspectos do dilema que se apresenta ao futebol no país. O setor destinado à torcida visitante é tratado – pelo mandante – como uma latrina coletiva, quando deveria ser o contrário. Falta criatividade para procurar soluções ousadas como, por exemplo, decorar a área com as cores do adversário. Ou, algo ainda mais corajoso, estampar fotos dos ídolos do rival nas cadeiras. Um palmeirense seria capaz de dar um chute no rosto de São Marcos?
Não ria, pois iniciativas parecidas já foram testadas na Europa, com sucesso. Em certos estádios ingleses, onde é permitido vender bebidas alcoólicas, o torcedor visitante é recebido com a cerveja que bebe em sua cidade e acomodado em um setor em que o distintivo de seu clube está em todos os lados. O nível de violência cai. Em qualquer lugar, o comportamento de animal raivoso (para o qual só tiro de tranquilizante e jaula são remédios) esconde um idiota imaturo que, talvez, possa ser contido com boas ideias e um ambiente em que se sinta respeitado e constrangido. Mas para chegarmos a isso é necessário superar tolices ligadas à rivalidade. É preciso crescer.
Aumentar a ocupação dos estádios brasileiros deveria ser a prioridade número um de todos os envolvidos. Uma prioridade que já existia antes da Copa do Mundo, mas que agora é mais urgente porque temos quatorze (os doze do Mundial, mais Grêmio e, em breve, Palmeiras) casas top de linha à disposição. Uma verdadeira revolução em termos estruturais. A obrigação de utilizar o máximo desse potencial é estratégica, pois ele pode representar a diferença de orçamento que permitirá que os clubes, um dia, tomem as rédeas do futebol no Brasil.
Mas essa não é uma missão exclusiva dos clubes, que, frise-se, estão na Idade da Pedra neste campo. Os gestores das arenas e o poder público também têm papel fundamental na experiência que precisa ser oferecida a quem vai a esses estádios, independentemente da política de preços de ingressos e da visão de cada um do que é ir a um jogo de futebol. Os novos estádios são como são porque proporcionam mais, portanto precisam entregar mais a quem está interessado. É um equívoco confundir esse conceito com elitização. Trata-se de inclusão, não o contrário.
Escrevemos neste espaço, antes da Copa, que um momento decisivo chegaria quando os estádios fossem entregues ao uso doméstico. Ou adaptaríamos nossa maneira de ver futebol a eles, ou eles seriam adaptados à nossa maneira de ver futebol. Permitir o segundo cenário é jogar no lixo uma oportunidade que não aparecerá de novo.
CONVITE => 
Acostumamo-nos a entender a experiência de ir ao futebol como algo restrito ao estádio. Está errado. Ir e vir também são problemas do clube/gestor porque as preocupações de acesso e saída contaminam o programa. Ninguém vai ao cinema preocupado, ou chega irritado. Além do conteúdo oferecido, é preciso dar ao torcedor motivos para ir ao estádio. E para querer voltar.
UM DIA? => 
Exemplo distante: os administradores de um estádio holandês distribuem panfletos para os restaurantes e redes de fast-food que têm unidades nas diferentes rotas para o local. Informam os horários de abertura e fechamento dos portões em dias de jogos, quantas pessoas são esperadas, etc, para que os estabelecimentos se preparem para atender o público. O que os gestores do estádio ganham com isso? A certeza de que, quando chegarem para ver o jogo, as pessoas estarão tranquilas.

REQUENTADO


Dunga voltou. O verbo deve ser lido em seu sentido literal, para o técnico e o que sua presença significa para a Seleção Brasileira. Um retorno ao passado que deveria ter permanecido onde estava. Uma involução, se é que isso era possível para um time que, há duas semanas, passou a maior vergonha de sua história.

A entrevista coletiva de anteontem apresentou o mesmo Dunga que deixou a CBF há quatro anos. Os mesmos conceitos mal formados, a mesma coerência equivocada, os mesmos argumentos confusos e a mesma visão turva do que a Seleção Brasileira deve ser. Sobre certos temas, como a Copa do Mundo que terminou há pouco, o técnico revelou um nível de desinformação assustador.
O problema de Dunga é o que o move: a ira que se apoderou dele em 1990, que se mostrou mais forte do que nunca com a Copa em suas mãos em 1994, que impede que ele compreenda por que o time de 1982 é lembrado com mais saudade do que o que foi campeão nos Estados Unidos. Que faz com que toda pergunta seja ouvida como provocação e toda crítica, interpretada como perseguição.
Mas há problemas mais graves. Em pleno pós 1 x 7, a Seleção foi entregue ao técnico que declarou que a nostalgia do futebol atraente era um complô idealizado pelos europeus, para que o Brasil continuasse perdendo. Imagine a duração das gargalhadas de espanhóis e alemães ao ouvirem tal preciosidade.
O futebol ordinário exibido pelo Brasil de Scolari no Mundial em casa só tem um atenuante: o pouco tempo de trabalho, cerca de um ano e meio. Times que jogam demandam longa maturação, como tudo o que é bom em qualquer área. Times que só sabem lutar e correr – o equivalente futebolístico do fast-food – ficam prontos mais rápido.
Com Dunga, apesar do prazo generoso, o máximo que se pode esperar é um macarrão instantâneo. Um clone do time de 2010. Muito menos do que a Seleção Brasileira tem obrigação de ser, mesmo que ganhe a Copa de 2018.
EQUÍVOCOS… => 
É terrível a confusão de conceitos. A Seleção Brasileira não precisa ganhar a qualquer custo ou ser um time que transpire sangue. Esse é o caminho dos que não têm nada mais a oferecer. O que o Brasil tem de fazer é jogar futebol coletivo, com superioridade técnica, criatividade e coragem. Contamos nos dedos os países que podem sonhar este sonho.

… E MAIS EQUÍVOCOS => 
Defensores ardorosos do futebol de resultados ignoram que, em toda as competições, alguém sempre vence. Que se vencer é só o que interessa, nada resta quando o vencedor é outro. E que perder tentando exibir sua melhor versão é triste, mas perder usando um disfarce horroroso para esconder sua verdadeira identidade é muito pior. A maior vergonha está aí.

METAS CUMPRIDAS, NÃO CUMPRIDAS OU INTERROMPIDAS

Olá, galera! Tudo em nossa vida temos que traçar metas para que nossos objetivos saiam do jeito que planejamos. Conseguimos cumprir nossas metas na maioria das vezes. Algumas vezes não cumprimos. Em outras pouquíssimas vezes, interrompemos nossas metas por algum motivo.
Comigo acontece exatamente como acontece com qualquer pessoa. Retornei às atividades do futebol de mesa em 2011, em 2012 encontrei uma família em que já deveria me integrar a ela há tempos, em 2013 eu retornei à Federação e a disputar o Campeonato Estadual (RJ) e em 2014 eu planejei disputar o Estadual até o fim e melhorar minha colocação do ano de 2013...
Mas conflitos de datas e o 'aperto' financeiro fizeram com que eu interrompesse as metas para este ano de 2014, portanto tive que me desfederar e antecipar uma 'pré-temporada' para o ano de 2015.
Tive que abandonar a meta para 2014. Duas eram as metas: a primeira era alcançar o ascenso à Série Ouro e consequentemente alcançaria a segunda meta, terminar antes da vigésima colocação no Ranking FEFUMERJ - 2014.
Então, aproveitarei essa minha paralização forçada em torneios da FEFUMERJ neste restante de temporada para realizar treinamentos e amistosos e até participar de alguns torneios externos. Vamos traçar novas metas para 2015, pois é com trabalho árduo que conquistamos nossas vitórias.