BIIIIIIIIIIIIIIIIICHANCRICES!

Bichancrice é um ato de fazer bichancros. Gestos, digamos, exacerbados e desmedidos, normalmente com as mãos.

Tipo o teatrólogo Zé Celso Martinez Correa. Um bom exemplo de grande bichancreiro. Se é que existe a palavra. Mas sabemos que existe quem fala demais com as mãos. Ele é um. Eu, muitas vezes, como neto de italianos, também.

A questão não é esse modo de falar com as mãos.

É a falta de modos dos estádios nos últimos meses. Ou a adaptação de uma moda que vem lá do México.

Na Copa de 1986, importamos a ola que foi onda bem legal em nossos estádios, e ainda se viu bastante na Copa. Eu mesmo, na cabine do Fox Sports, fiz algumas olas pelo Brasil. É divertido. No mínimo é melhor do que aparecer chorando no telão com a derrota do seu time e, ao se ver para o estádio e para o mundo, levantar a cabeça e dar tchau como se tivesse conquistado o planeta.

Prática comum em todos os campos e arenas, e não apenas no Espaço Capuccino (ótima definição do não menos Mauro Cézar Pereira, salvo engano).

Mas, desde o ano passado, creio, importamos sem passar pela Receita Federal o grito de “puuuuuuuuuuuuuuto” com que a torcida mexicana agracia o goleiro rival quando bate um tiro de meta.

Já não acho muita graça por lá. Para não dizer que não vejo motivo e nem nada de mais.

Por aqui, porém, adaptamos para “biiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiichaaaaaaaaa” quando um goleiro bate um tiro de meta, ou até mesmo repõe uma bola pra frente.

Não quero ensinar padre nosso ao vigário – até por não ser santo, e nem ter só santo entre os que gritam, claro.

Não tenho a menor pretensão de elaborar manual de torcedor de futebol – até por estar mais do lado de cá da tribuna que do lado de lá.

Só exijo, digamos assim, que ninguém largue o time antes de final de um jogo, quase nunca vaie a própria equipe durante a partida, e algumas outras recomendações do tipo.

Mas, sinceramente, gritar que o goleiro do rival é “bicha” em um tiro de meta…

Não é engraçado. Nem novo. Nem original. Nem nada.

Também não é homofobia. É futebol. Mas, claro, poderia ser evitado. Até pelo mal maior que pode encenar e ensejar.

Enfim, não vai mudar o preço do dólar (infelizmente), nem vai perder mando de campo.

Mas tem modos mais divertidos e originais de torcer. E, também nisso, nas arquibancadas, já demos aula.

Não precisamos importar nada.

E, bem entre nós, nem nos importarmos tanto com isso.

IDA E VOLTA

A reação da cartolagem nacional à medida provisória do refinanciamento das dívidas dos clubes foi exatamente a que se esperava de quem se serve do futebol há décadas. Os presidentes de federações, entidades das quais o esporte não precisa, colaram-se em suas poltronas e bradaram que delas ninguém jamais os afastará. Apelaram até à Constituição Federal, exibindo dramático desconhecimento do assunto.
Por mais repugnante que soe a grita em relação ao que a MP determina sobre alternância de poder (mandatos de até quatro anos, com apenas uma reeleição), não se pode acusar esses dirigentes de incoerência. Ao estender a mão para que clubes eternamente endividados possam se reerguer e devolver à União o que tomaram, o texto apresenta as “condições de pagamento”. Uma delas diz que aqueles que aderirem ao financiamento só poderão disputar competições organizadas por entidades com limites de mandatos. Aí está a origem da dor na lombar de tantos abnegados.
Os clubes do futebol brasileiro devem cerca de 4 bilhões de reais. A MP assinada na última quinta-feira lhes oferece uma sanfona de vinte anos, com abatimentos em juros e multas. As parcelas serão pagas com percentuais do faturamento anual nos primeiros três anos. Depois, pagamentos iguais quase a perder de vista. É um plano de recuperação financeira que se pode chamar de caridoso, única forma de saldar um valor astronômico. Mas a mesma mão que afaga os endividados levanta o dedo para que não ignorem as contrapartidas. Cartolas predadores adoraram as facilidades e odiaram as regras para ter acesso a elas. Típico.
No caso dos dirigentes de federações, os interesses ficaram evidentes quando o alvo das críticas foi o limite de reeleições. Eles até aceitam as medidas saudáveis para os clubes e o rascunho de um ambiente profissional que tenha alguma chance de salvar o futebol brasileiro como produto, desde que possam ficar em seus gabinetes pelo tempo que quiserem. Desde que seus planos de perpetuação não sejam afetados por uma nova maneira de administração, mudança crucial para o avanço do esporte no país.
A nova estrutura proposta pela medida provisória é o primeiro passo na reforma do modelo de gestão CBF-federações-clubes, em que a confederação é um banco, as federações são cartórios e os clubes são perdulários que vivem de fraudar o seguro-desemprego. Aqueles que reclamam ou não compreenderam o impacto do texto ou trabalham pela manutenção deste modelo, que, apesar de trágico, atende aos interesses de muitos.
A inclusão das contrapartidas foi uma vitória importante, uma vez que os textos anteriores pareciam ter sido escritos pelas cartolas das quais o futebol brasileiro precisa ser protegido. Mas o jogo decisivo – e por isso muito mais difícil – será disputado no Congresso Nacional, onde políticos a serviço da estrutura que gerou uma dívida praticamente impagável não terão vergonha de defender o atraso.

HIGIENÓPOLIS F. M. DISPUTOU A 1ª ETAPA DO ESTADUAL (RJ) INDIVIDUAL

Olá, amigos leitores. Neste sábado, 21 de março de 2015, o Higienópolis F. M. disputou a 1ª Etapa do Campeonato Estadual (RJ) Individual 2015. Depois de disputar a temporada 2013 e apenas a etada inicial de 2014, o HFM voltou nesta temporada de 2015 tecnica e taticamente melhor, arriscando mais chutes a gol e sem aquele nervosismo. A experiência já vai se evidenciando mais... Porém, honra-se o ditado de que quem não faz, leva. Perdi muito gol, chutei muita bola na trave em todos os meus jogos, mesmo jogando bem e de igual para igual contra adversários tecnicamente superiores.
As derrotas foram justas, porém duas delas com placares elásticos - já que os adversários acertaram o dadinho dentro do gol e eu só acertava na trave ou fora do gol. E todo o planejamento foi por água abaixo. Mesmo com dois empates onde eu merecia ganhar e com uma vitória por WO. Mas a evolução já se torna visível, mesmo que em ritmo lento e abaixo o que realmente tem de ser.

Segue abaixo a campanha nesta 1ª Etapa:
Rafael Lauria 1x4 Eduardo Carvalho
Rafael Lauria 0x1 Alberto Vilasbôas
Rafael Lauria 2x4 Diogo Praça
Rafael Lauria 0x1 Alivanir (Ginástico Desportivo)
Rafael Lauria 1x1 Rodrigo Palomo
Rafael Lauria 0x0 Carlos Eduardo Mendes
Rafael Lauria 0x4 Filipe (FutMesa Clube)
Rafael Lauria WOx0 Cosme (Fluminense)

INSATISFAÇÃO NO MARACA

O grupo Odebrecht está descontente com a gestão do Maracanã. Ele não estaria tendo o retorno esperado, seja pela complicada situação econômica do país, que tem levado a uma retração nos investimentos, seja pela celeuma que marcou o início do Estadual do Rio, com a federação, ao lado do Vasco, impondo redução dos preços no estádio e brigando com Flamengo e Fluminense sobre as entradas no Maracanã.

Para a Odebrecht, trata-se de mais um prejuízo. Mas certamente muito, muito menor do que o que já sofre com a operação Lava Jato, que tem acuado as principais empreiteiras do Brasil. O fluxo de caixa do grupo já não seria o mesmo de outrora e não será surpresa se o estádio, ainda antes da Olimpíada, mudar de mãos.
Para agravar o caso, até agora há interrogações sobre o contrato de concessão do complexo Maracanã. O governo do Rio, depois de muita pressão, resolveu altera-lo e manter o estádio de atletismo e o parque aquático que, originalmente, seriam destruídos.
Se a Odebrecht cair fora, a tendência é que o Maracanã volte para as mãos do governo, que passaria a administra-lo. Acho o mais correto, pois se teve condições de reformula-lo e reconstruí-lo todo, em tese deveria ter para geri-lo também. Difícil ver no Brasil governos gastando o que têm e o que não têm para erguer elefantes e depois entrega-los de bandeja à iniciativa privada.
Outra possibilidade é tentar arrumar nova concessionária, se de fato o grupo Odebrecht, mais cedo ou mais tarde, cair fora do negócio, hipótese que ninguém da construtora confirma, pelo menos não oficialmente. Inclusive porque as empreiteiras hoje têm coisas mais importantes com as quais se preocupar…