A TV E OS ESTADUAIS


Finalmente parece que os Estaduais, a maioria sem graça, começam a incomodar as emissoras de TV, leia-se Globo e Bandeirantes, preocupadas com a audiência.Na Globo a discussão é sobre como vender ao público os Estaduais, especialmente na fase inicial, repleta de jogos sem interesse. Excetuando os clássicos, fica difícil chamar o telespectador, que estaria procurando outras alternativas de lazer em vez de ver meros amistosos na TV. Que nem de luxo são.
Assim como já fizera no ano passado, a Globo decidiu não mostrar nenhum jogo do Paulista no sábado de Carnaval, porque considerou que não havia partida que merecesse ser exibida. E seguiu sua programação normal. A Bandeirantes fez o mesmo. A expectativa era o clássico de ontem, entre Corinthians e São Paulo, que já monopolizava as atenções desde a semana passada. Clássico pela Libertadores, claro.
Na Globo já se debate se os Estaduais não ocupam um espaço exagerado no calendário, algo que o Bom Senso alertou e antes do movimento de jogadores a própria mídia vem alardeando há tempos. A presença dos grandes nos Estaduais deveria ser rediscutida, já que a preocupação mesmo é a Libertadores. E quem não participa dela acaba fazendo uma pré-temporada de luxo nos Estaduais. Nada mais que isso.
Ser campeão em SP ou no Rio agora não é a mesma coisa quando comparado há outras épocas, como nos anos 70 e 80. O futebol e o interesse do torcedor mudaram. Está mais globalizado e menos regionalizado. Não deveríamos repensar os Estaduais? Sim. E é bom que a própria Globo finalmente comece a se mexer em relação ao problema.
Antes que afirmem que ela pode deixar de os exibir ou comprar os direitos de transmiti-los, a resposta é não. Até porque, se eles não rendem muitos pontos à própria Globo, ela não gostaria de ver o produto na concorrência. Só por isso vale a pena ter os direitos. Mas a discussão, felizmente, está aí. E agora com quem paga a conta.