Praticar algum tipo de esporte é fundamental para a saúde do corpo
humano e da mente. Ignorar essa tônica da vida é diminuir o tempo da
própria existência. A ciência tratou de atestar que o corpo humano é
composto por 70% de água. E o que acontece com a água parada? Ela
simplesmente se estraga. Qualquer um que praticar algum tipo de esporte
receberá como retorno, saúde física, mental, e também a emocional. O
antigo futebol de botão como era chamado, agora classificado como futebol de
mesa, e que se tornou esporte reconhecido pelo antigo CND em 1988
(Conselho Nacional de Desporto), não é diferente quanto aos benefícios
para a saúde como esporte. Portanto, quem pratica futebol de mesa é um
legítimo atleta, e atleta precisa de muito preparo se quiser ser um grande
campeão.
Talvez antes de vencer alguns adversários de goleada na regra que
você mais se adapta, seja necessário primeiro, vencer a si mesmo em alguns
aspectos. Vencer os próprios medos, por exemplo, já que o futebol de mesa,
apesar das equipes e dos clubes, na hora do jogo é atleta contra atleta.
Ali, envolta do “gramado” rígido pontilhado por botões multicoloridos, as
habilidades se enfrentam, e as capacidades pessoais são testadas ao
máximo. No futebol de mesa o cérebro é constantemente acionado na elaboração de
jogadas e nas projeções dos contra-ataques. Um pequeno descuido, e o
adversário poderá chegar na cara do gol e balançar as redes. Além disso, o
tempo precisa estar sendo monitorado com a própria mente durante uma partida,
já que em competições oficiais os atletas são privados de acompanhar o tempo
das partidas através dos cronômetros. Bem, se por um lado o cérebro é
exercitado e bastante exigido, por outro lado o futebol de mesa proporciona uma
higiene mental que lhe é peculiar, já que durante uma partida oficial, ou,
por pura diversão, não é possível pensar em outra coisa.
Eu diria que
pescar é muito bom, mas jogar futebol de mesa é simplesmente delicioso, e não
tem o inconveniente dos pernilongos e nem das mãos cheirando a peixe. Mas fique
tranqüilo, pois também gosto de pescar de vez em quando. Um bom chute a gol não
pode ser concluído com êxito sem as seguintes exigências: capricho, atenção,
concentração, visão, e claro, um espírito vitorioso que é indispensável para
qualquer atleta. Acreditar sempre que a cada chute a gol a bola repousará
suavemente dentro do gol, levando o praticante a uma explosão de satisfação.
Alias quanto custaria esta sensação? Durante uma partida de futebol de mesa
quem joga sabe: é preciso ter equilíbrio nas emoções. Elas serão confrontadas
em várias oportunidades durante um campeonato ou mesmo durante uma simples
partida. Mesmo porque, ninguém fica satisfeito com as derrotas, apesar de
aprendermos com elas. Esse equilíbrio se aplica em pelo menos dois momentos: 1
– Quando se está ganhando uma partida com boa margem de vantagem e tiver que
continuar concentrado sem menosprezar o adversário. 2 – Quando se está perdendo
a partida, o tempo correndo, sendo necessário arrancar lá do fundo da alma, a
dose certa de determinação para buscar o empate, e quem sabe, virar o placar no
último lance. Faz parte do nosso esporte perder de goleada, às vezes. Mas
quantos estão preparados para isto? A tendência é desanimar e perder o
interesse pela partida. No entanto, atletas honrados e que realmente jogam com
paixão nunca desistem. E se este princípio pode ser aplicado ao futebol de
mesa, por que não ser assim também no dia a dia da vida de cada botonista? Para
nós botonistas, existem pelo menos dois tipos de adversários que precisam ser
vencidos. Um deles estará sempre sobre as mesas das competições do outro lado
do campo. E a vitória terá um sabor todo especial, quando ela for construída
com lances de pura genialidade. E outros adversários não menos importantes, que
estão lá fora na selva da vida, tentando desestabilizar-nos como pessoas, e
procurando ferir aqueles a quem mais amamos. Refiro-me aos infortúnios da vida.
Ali também precisamos ser campeões dando o nosso melhor. Quando as coisas
apertarem, será preciso ter a garra de um botonista campeão para virar o jogo
da vida.
Outro benefício importante do futebol de mesa para a saúde está na
quantidade de voltas que um atleta (técnico) dá entorno da mesa durante uma
partida. Alguém aí já contabilizou quantos passos são dados durante um jogo?
Mas não é somente isto! Um técnico precisa se abaixar várias vezes para pegar a
bolinha durante uma partida, e também durante os treinos. Isto sem contar as
inúmeras jogadas cujo atleta precisa se esticar todo sobre o tablado verde para
concluir uma jogada difícil. São muitos os abdominais discretos que um
botonista é forçado a fazer durante o jogo. Dezenas de alongamentos sem
perceber. São os contorcionistas do futebol de mesa sendo exigidos ao máximo e
contribuindo para o espetáculo ser ainda melhor.
O futebol de mesa além de
delicioso como disse, quando praticado com alegria promove a amizade; o
companheirismo; o espírito de equipe; e a honra de poder representar um clube.
Neste quesito agrega-se ainda, o apoio que cada atleta deve dar para seus companheiros
de escuderia.
Limpar bem os botões e lustrá-los nos lembra da limpeza e lisura
que precisamos ter quanto ao caráter. Que os nossos botões estejam tão limpos
quanto nosso comportamento, dentro e fora de jogo.
Pratique futebol de mesa.
Quer seja como atleta profissional ou simplesmente para se divertir, será
sempre muito gratificante. Para finalizar essa matéria, quero lembrar-lhes que
aqueles que amam jogar futebol de mesa, estão mantendo viva, quem sabe, aquela
que foi a melhor de todas as fases da vida.
(Em 05/05/2013)