FUTEBOL DE MESA É TERAPIA

Olá, amigos leitores, jogadores e simpatizantes deste lúdico esporte. Mais uma coluna para sua alegre leitura. O futebol de mesa é um jogo praticado há quase 100 anos, pois registra-se sua criação em 1930 pelo saudoso Geraldo Decourt. Em tempos de eletrônicos e muita tecnologia, o esporte ainda resiste, tanto para disputas de campeonatos oficiais, torneios e treinamentos nos clubes, quanto para o hobby de muitos. Acreditem: 90% dos que ainda praticam tem idade superior a trinta anos. E os jovens abaixo dos 18 anos praticam por incentivo de seus pais - que, geralmente, disputam torneios (oficiais ou não) e amistosos.
Nós, que praticamos o futebol de mesa, sempre incentivamos os nossos filhos e outras crianças mais próximas a jogar este esporte - ou hobby, se preferir - para não deixar morrer e continuar passando de geração para geração. Sempre que estou com meu filho, jogamos sem marcação de tempo (geralmente dura uma hora, depois de um descanso nós jogamos novamente), para incentivá-lo e ensiná-lo. São partidas muito divertidas.
Há muitas variáveis no futebol de mesa - as quais chamamos de modalidades. Há praticante que só jogue Disco 1 toque, ou Bola 12 toques, ou Bola 3 toques, ou Pastilha, ou Dadinho, ou Sector Ball, ou Subbuteo, ou Regra Gaúcha - regras praticadas aqui no Brasil - e há quem jogue mais de uma modalidade. Praticamente todas estas modalidades existem em todos os estados brasileiros, algumas são muito fortes regionalmente, por exemplo o Dadinho, a Pastilha, o Sector Ball são muito praticados fortemente no estado do Rio de Janeiro. Na grande parte do Brasil, existe, ao menos, uma modalidade em diversos clubes - alguns de renome no futebol de campo. Modalidade Disco 1 toque, Bola 12 toques, Bola 3 toques e Dadinho são praticados em quase todo o território brasileiro. Cada uma dessas modalidades teve sua expansão e desenvolvimento naturais, principalmente por praticantes destas modalidades não estar mais em seu estado de origem e difundir a modalidade que pratica na região (cidade/estado) em que se alocou. Assim, criando uma diversidade de modalidades em quase todo o Brasil. Sector Ball e Subutteo são modalidades internacionais (existem muitas) e o atleta do Bangu, Marcelo Coutinho, foi quem trouxe estas modalidades para o Brasil, especificamente para o Rio de Janeiro. Em conjunto com outros praticantes, Coutinho vem difundindo as modalidades em outros estados brasileiros.
Em todas essas modalidades os torneios são levados a sério e cada clube tem seus atletas, que disputam torneios internos em seus respectivos clubes como treinos, jogam amistosos, além de torneios treinos semanais em diversos  clubes e disputam campeonatos a níveis estadual, municipal, nacional e até internacional. Em algumas destas modalidades têm (ou já teve) campeonatos continentais e até Campeonato Mundial - individual, de clubes e de Seleções. Inclusive eu já disputei um Campeonato Sul Americano e um Campeonato Mundial, pela modalidade Dadinho. Conheci espanhóis, chilenos, argentinos e pessoas de outras regiões do Brasil.
O certo é que o futebol de mesa é um esporte genuinamente brasileiro e uma terapia para seus praticantes, seja em regras oficiais, ou então em regras próprias de cada liga independente. Eu sigo nessa terapia, na modalidade Dado e amo jogar, já até passei essa paixão para meu filho - que joga comigo - e eu jogo na regra oficial e também em regras de ligas independentes. O importante é sempre estar ativo, seja qual modalidade for. Não deixe de praticar e vamos divulgando e ganhando espaços sobre o mundo virtual. Agradeço por mais uma leitura sua. Até a próxima, pessoal.

FILA

A Alemanha recentemente conquistou dois torneios com jogadores abaixo dos vinte e cinco anos, relembrando o mundo do futebol de que a fila de futebolistas para vestir a camisa da seleção continua andando. Ou, de forma mais simplista, de que o plano que atingiu o auge no Maracanã não se encerrou naquela tarde de domingo em julho de 2014. E além das campanhas vitoriosas na Copa das Confederações e no Campeonato Europeu Sub-21, deve-se citar também os Jogos Olímpicos de 2016, quando os alemães levaram o Brasil de Rogério Micale, Rodrigo Caio, Renato Augusto, Gabriel Jesus e Neymar aos pênaltis.

Não, esta coluna não pretende “aborrecer” ninguém com pormenores sobre o que aconteceu no futebol da Alemanha a partir da derrota para a Seleção Brasileira na final da Copa do Mundo de 2002. Há ótimos livros escritos sobre o tema, com conteúdo mais do que suficiente para explicar as transformações no processo de geração e educação de jogadores e capacitação de treinadores naquele país. Tão interessante quanto, o resultado desse trabalho é algo que se pode ver, expondo verdades incômodas até para o expert em futebol em rede social, aquela figura afeita a tolices como “eles praticam um futebol chato”.
Em entrevista, há um mês, ao diário argentino Olé, César Luis Menotti resumiu em algumas linhas o caminho que os alemães percorreram durante longos anos: “Antes te atropelavam fisicamente, colocavam sempre um 9 grandão e muito jogo aéreo. Na defesa, faziam perseguições e sair jogando era uma exceção, salvo na época de Beckenbauer, que por sua classe era o único que sabia fazer. Mas nas mãos de Klinsmann e Low, a Alemanha matou o líbero, os stoppers e tudo isso. Começou a juntar jogadores de bom pé, a respeitar uma ideia de ter a bola, e seguiu ganhando, mas de outra forma. Veja, não mudou porque antes não ganhava. Mudou porque esses dois loucos queriam fazer outro futebol”, disse.
Menotti recordou o dia em que foi convidado para almoçar na concentração da seleção alemã, durante a Copa de 2006. Algumas horas antes de enfrentarem a Suécia, Klinsmann – que foi dirigido pelo argentino na Sampdoria – e Low o entrevistaram sobre o que a Alemanha mostrava naquele mundial em casa, e que sugestões ele teria para oferecer. Klinsmann lhe disse que gostaria que “o povo alemão se identifique com esta equipe, que as pessoas se divirtam ao nos ver jogar”. Eram estágios ainda tímidos de uma ideia que teria de lidar com frustrações (semifinais nas Copas de 2006 e 2010 e Euro 2012; final da Euro 2008) antes da alcançar a glória no Rio de Janeiro.
O sucesso da seleção alemã – melhor seria dizer: das seleções alemãs – é o triunfo indiscutível do jogo coletivo em sua máxima expressão, embora não disponha de um megacraque planetário. “Eles têm grandes futebolistas, alguns excelentes como Kroos ou Hummels, mas nenhum craque”, disse Menotti, na conversa com o Olé. A carência, se é que há algum sentido no emprego do termo, é um motivo a mais para aplaudir, não para criticar. Se já fazem o que fazem com posição e circulação, calcule do que seriam capazes se tivessem ao menos um jogador dotado de brilho individual para ser uma ameaça, no um contra um, nas proximidades da grande área.
Com mais uma frase brilhante, Menotti afirmou que a Argentina está distante do nível de futebol apresentado pela Alemanha, e será assim enquanto Messi não atuar em algo que possa ser descrito como um time: “Você pode se meter no mar e ser salvo por um salva-vidas, se estiver se afogando a cem metros da beira. Mas se estiver a dez mil metros, mar adentro, ninguém vai te salvar. E a Argentina hoje está assim, muito longe para que Messi a salve”. Há pouco tempo, podia-se dizer essa mesma frase, substituindo Argentina por Brasil e Messi por Neymar.

O MANUAL DO DÉSPOTA

O produto do fracasso de Roberto Dinamite como presidente do Vasco não é apenas o desencanto de quem gostaria de ver ex-jogadores envolvidos na administração de clubes de futebol. Tampouco é a comprovação de que não basta ter sido esportista para almejar uma carreira em gestão esportiva, algo tão evidente que não carece de ilustração. O verdadeiro perigo moral gerado por Dinamite é a ideia de que só um tipo específico de dirigente pode sobreviver no futebol brasileiro, o que, no Vasco da Gama, é o equivalente a pintar o rosto de Eurico Miranda nos muros de São Januário.
É irônico, ou mesmo trágico, que os defeitos do formidável ex-centroavante como administrador tenham permitido o retorno da figura que representa um passado do qual o Vasco – ou qualquer outro clube que tenha convivido com personalidades semelhantes – deveria querer se distanciar. Porque Eurico Miranda voltou como uma vingança, como um rei deposto determinado a recuperar seu trono e mostrar aos que ousaram enfrentá-lo o equívoco que cometeram. A imagem de seu rosto nos contornos do clube certamente agradaria a quem pretende ser a face, a voz, os neurônios e intestinos de uma entidade que não lhe pertence.
Esse é o grande problema do modelo estabelecido no país. A estrutura política dos clubes proporciona a aparição de mandatários que sequestram a coletividade e aplicam a ela os valores que bem entendem. A cada manifestação pública do atual presidente, nota-se um “eu sou o Vasco” repetido em respostas sobre os mais variados temas, como se fosse uma questão de honra não ser questionado em nenhuma decisão, nenhuma posição, nenhum desejo. Aí está outra faceta da tragédia, pois o Vasco não é uma pessoa, e, se fosse, certamente não gostaria de ser Eurico Miranda.
Ocorre que simplesmente não é possível comandar uma instituição por intermédio do silenciamento de opiniões. O que tem acontecido no estádio de São Januário é a debacle de um dirigente retrógrado que acha que o clube deve personificá-lo. Não é surpreendente que as práticas sejam as mais condenáveis, com o uso de baderneiros para sufocar críticas a qualquer custo, mesmo que seja necessário afugentar quem apenas quer torcer pelo Vasco, aterrorizar crianças e depredar o que é de todos. Diante disso, sustentar a narrativa de que tudo não passa de ações com motivação política é previsível. São páginas do manual do déspota.
Fechar São Januário para quem não pensa como ele sempre foi um recurso de Eurico Miranda. Vale para jogadores, técnicos, veículos de comunicação. A derrota para o Flamengo marca – não como o início, mas como o retrato principal – o momento em que a torcida do Vasco também passou a sofrer essa restrição. Menos mal que a inevitável interdição evitará, por algum tempo, que o estádio se converta em um lançador de morteiros sempre que o time não vencer, pois essa é a noção de mando de campo que prevalece entre partidários do presidente. A disseminação do ódio não se importa nem mesmo com a morte.

FUTEBOL DE MESA NO MARACANÃ

Olá, amigos leitores. Venho escrever mais uma coluna deste charmoso blog para registrar mais um evento histórico do nosso Futebol de Mesa. Mês de agosto do ano de 2017 marcará na história por se realizar uma etapa do Campeonato Estadual Individual, tanto na modalidade Bola 12T quanto na modalidade Dado 9x3. O evento será nas dependências do mais famoso templo do futebol - o Maracanã. Graças à parceria de ambas as diretorias das modalidades. E paralelamente haverá torneio para praticantes não federados em ambas as modalidades. Passo importante para o crescimento de ambas, dado pela Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (FEFUMERJ). Todas as outras Federações devem seguir este exemplo e buscar parcerias para fazer um evento importante nas dependências do principal estádio de seu estado.
O esporte viverá dois finais de semana de muito charme e saudosismo, já que o futebol de mesa é um esporte criado com base no futebol. Os atletas que irão disputar seus respectivos torneios devem aproveitar ao máximo o excelente clima de positividade do local, palco de grandes eventos e grandes públicos, além de exibições de grandes atletas e grandes equipes do futebol nacional e internacional. Assim como no futebol, o futebol de mesa tem seus grandes craques e atletas renomados - atletas que fazem e atletas que fizeram história no futebol de mesa.
O evento será mais um marco na história do esporte e todos os que participarem, marcarão seu nome na história. Mesmo que os que não sejam craques ou com nível técnico à altura. Os craques já fazem história com suas conquistas e jogos memoráveis. Que venha mais um evento à altura de nosso esporte, que venha para darmos passos importatíssimos em seu crescimento e cada vez mais nos unirmos em prol do futebol de mesa, sem brigas e sem vaidades. Pois todos nós temos muito a ganhar com essa divulgação.
Boa leitura a todos e apareçam nos eventos. Abaixo as datas e horários:
05 e 06 de agosto - a partir de 08h30m - Estadual Bola 12 toques Individual
19 e 20 de agosto - a partir de 08h30m - Estadual Dado 9x3 Individual
Paralelamente haverá torneio para não federados em ambas as modalidades.
Maiores informações: www.fefumerj.com.br

DADINHO - QUAL COR?

Olá, amigos leitores. Após longo tempo sem publicar neste charmoso blog, venho nesta publicação falar sobre um assunto que vem gerando muita polêmica nos últimos anos. A cor do dadinho.
No início, quando jogávamos na infância com os amigos da mesma rua e do mesmo bairro (até em bairros diferentes), o dado era branco e numerado em suas faces. Eu iniciei "profissionalmente" em 2002, disputando torneios estaduais e até internacionais, o dado era branco e suas faces eram lisas, sem numeração, o que nada atrapalhava se o dado fosse de boa qualidade. Após 2010, houve mudanças. Começamos a jogar torneios oficiais, pela federação do estado onde resido (FEFUMERJ), com o dado amarelo. Alguns jogadores (atletas) tiveram dificuldade em se adaptar, estranhando a cor e a qualidade dos referidos dados. Em todo esporte tem de haver treinos, portanto, na minha humilde opinião, a cor do dado não influenciou em nada. Apenas dados de qualidade duvidosa é o que realmente atrapalha.
Neste ano de 2017 nova polêmica: retornaram os dados brancos - e dados azul e vermelho estão em teste para 'melhor vizualização' do atleta e da filmagem de transmissão dos jogos. Boa parte dos atletas está discordando desta mudança. Novamente venho com minha humilde opinião: podemos jogar com qualquer cor de dado, sendo de acordo entre os atletas que irão se confrontar e que a qualidade do mesmo seja boa. Através de treinamento e sequência de jogos é que se obtém o resultado e a adaptação. Culpar a cor do dado não adianta. Mesmo que seja uma competição onde todos entram para ganhar e fazer história no esporte que é nossa diversão, temos que ter a consciência que nós gastamos nosso dinheiro e que brigas de vaidade e polêmicas não ajudam o esporte a crescer.  
Na minha opinião, joga-se com o dado de qualquer cor, havendo consenso entre os atletas, e cada atleta treina com dados de diferentes cores. Sabemos que há a necessidade de filmagens e transmissões dos jogos para maior divulgação do esporte, na modalidade dadinho, mas há recursos nas câmeras de filmagem - mesmo que seja câmera de telefone móvel (aparelhos celulares). Não podemos continuar com tanta mudança de cor de dado só por motivo de filmagens. Os materiais de jogo não são baratos, ainda mais na atual situação financeira em que passamos em nosso país.
O futebol de mesa (jogo de botão) é um esporte popular, assim como é o futebol. Boa parte dos que jogam não tem condição de gastar sempre com material de jogo, já que o próprio atleta é quem custeia suas competições e mensalidades, tanto para o clube em que é filiado quanto para a sua respectiva Federação. Além de mensalidades, o atleta gasta com alimentação e condução, pois em torneios de níveis estadual e nacional o local é longe de sua residência.
Amigos atletas e amigos leitores, esta é uma pequena coluna sobre este assunto que foi motivo de tanto debate, inclusive em redes sociais, e discordância de muitos atletas do estado do Rio de Janeiro. Espero que tenhamos mudanças para melhorar nosso esporte nesta modalidade que vem crescendo a cada dia. Debates e discordâncias com respeito ao próximo e sem levar para o lado pessoal. Adversários sim, inimigos jamais. Mesmo que você não tenha uma amizade mais a fundo com esse ou aquele adversário, mas o respeito deve existir acima de qualquer rivalidade e nível de amizade.
Boa leitura e até a próxima coluna.