RIO DE JANEIRO 2016 E O PLANO B!

O Comitê Olímpico Internacional, que decidiu intervir na organização dos Jogos Olímpicos de 2016, insiste que não há plano B para o evento.Apesar de seus dirigentes afirmarem que a próxima Olimpíada será boa sem citar o nome da cidade que a abrigará, descartam mudança de sede mesmo para uma ou outra modalidade, como é o caso do basquete.
Diante das cogitações de que os jogos de basquete podem ser disputados em São Paulo, dado o atraso nas obras do complexo de Deodoro e outras mais, o COI diz que os Jogos de 2016 serão como os anteriores, centrados em uma cidade só, exceto o futebol, que é realizado em outros locais também.
O comitê espera, nos próximos dias, que o governo brasileiro se comprometa a colocar mais grana nos Jogos, que estão bem atrasados.
Lembra que não faltam reclamações das federações internacionais sobre a organização do evento, que vai de mal a pior.
O governo, por sua vez, teme que injetar mais recursos na Olimpíada gere revolta entre os brasileiros e especialmente os cariocas, que começam a questionar o legado do evento, assim como já fazem com o da Copa-14, que se tornou impopular do ano passado pra cá.
Mas o COI deve seguir pressionando as autoridades brasileiras, que ganharam o direito de receber a Olimpíada e se comprometeram a cumprir uma série de exigências.
O comitê tem batido na tecla de que foi o Rio que quis abrigar os Jogos, ou seja, que a Olimpíada não foi imposta goela abaixo de ninguém. Só que o clima mudou muito de quatro anos pra cá e hoje a situação é outra da de quando o Rio foi escolhido sede. Bem diferente. E a economia também.

E DEPOIS DA COPA?

Reproduzo, abaixo, coluna de João Carlos Assunção - colunista do jornal diário 'Lance!'...
“A organização ou a falta dela para a Copa de 2014 deveria servir de alerta para os que preparam o Rio e os esportes olímpicos para os Jogos de 2016. Porque, logo que acabar o Mundial, as atenções estarão, como nunca, voltadas à Olimpíada. E o que se vê é uma situação tão complicada quanto à da Copa.
Assim como acontece com a Fifa, a paciência do Comitê Olímpico Internacional com os brasileiros não é das maiores. O cenário mudou muito de quando o Rio foi escolhido sede dos Jogos, em 2009, para cá. Representantes do COI fizeram questão de mostrar seu descontentamento com o Brasil e o rumo da Olimpíada ainda no mês passado. Deixaram o país irritadíssimos com a indefinição em relação à matriz de responsabilidade, reclamando que quase metade das obras não tinha orçamento para ser discutido. O imbróglio culminou com a saída de Maria Silvia Bastos Marques da Empresa Olímpica Municipal. A explicação oficial foi que a executiva, que vinha sendo chamada de “prefeita da Olimpíada”, preferiu retomar suas atividades na iniciativa privada.
Estive em três Olimpíadas (Sydney-00, Atenas-04 e Pequim-08) e em cinco Copas do Mundo (México-86, Estados Unidos-94, França-98, Coreia/Japão-02 e Alemanha-06) e são eventos completamente distintos. Seja porque em Mundiais costumam ir torcedores apaixonados, em Jogos Olímpicos mais espectadores que fanáticos, seja porque a Copa é realizada em várias sedes enquanto a Olimpíada tem quase tudo concentrado em uma só, sendo a locomoção essencial, seja pelo número de países e modalidades envolvidas. E a tarefa do Rio é complicadíssima, porque, mais uma vez, tudo acaba ficando para a última hora. Se até a matriz de responsabilidade que define qual a parte do governo federal, do estadual e do municipal no financiamento das obras gerou tanta controvérsia, sendo adiada várias e várias vezes, imagine o “resto”
O tal do legado voltará com tudo à discussão, agora do carioca, que já tanto sofre com transporte público, insegurança, falta de atenção à saúde, descaso com a educação, além de outros itens. A questão da hotelaria e da mobilidade urbana estará novamente em pauta, atraindo holofotes para o bem ou para o mal. E lembranças incômodas, que poderiam ter servido de exemplo de como não se fazer as coisas, estarão de volta. É o caso do Engenhão, tido como o principal legado do Pan do Rio que acabou interditado por problemas estruturais, ou do próprio Maracanã, que era para estar adequado ao chamado padrão-Fifa ainda para o Pan de 2007, o que acabou não acontecendo.
Fora que há uma grande diferença com o futebol. A pressão por medalhas, claro, será menor do que a por um belo desempenho da Seleção no Mundial, mas as lacunas de cada uma das modalidades olímpicas estarão bem em evidência. E vale lembrar que elas são sustentadas por dinheiro público, verbas das loterias, recursos de estatais, que muitas vezes não sabem nem para onde vai a grana. O Banco do Brasil e a Confederação Brasileira de Vôlei que o digam. Mas não só eles...”

RESISTÊNCIA

O livro “O Corpo no Limite”, escrito há dez anos pelo médico americano Kenneth Kamler, documenta o que acontece com o organismo humano quando levado aos extremos de sua resistência. São experiências de um especialista em situações em que a sobrevivência é ameaçada por condições para as quais a evolução não nos preparou. Kamler esteve na altitude, no deserto, nas geleiras, no fundo do mar, acompanhando casos que comprovam que o corpo humano, por vezes tão frágil, é capaz de suportar as piores provações e se manter funcionando. A vida se apega a aliados surpreendentes e, contrariando as probabilidades, prevalece.
Se o futebol brasileiro fosse uma pessoa, Kamler se sentiria obrigado a adicionar ao livro um capítulo sobre o tratamento desumano que recebe e sua capacidade de seguir em frente. Um ser moribundo, cada vez mais privado de suas necessidades básicas, forçado a desempenhar seu papel como se nada lhe faltasse. A diferença para os episódios que o médico observou em ambientes inóspitos é que ele estava ali para ajudar com seu conhecimento e o que estivesse a seu alcance. Diante do nosso ente enfermo, Kamler se veria impotente e assustado.
Na semana de estreia do Campeonato Brasileiro de 2014, competição premium do futebol no país, times entraram e saíram da tabela de jogos da Série A por força de decisões da Justiça. O vexatório espetáculo dos auditores do STJD, um tribunal que julga o que quer, como quer, sem nenhum compromisso com a salvaguarda do jogo ou com o senso do ridículo, plantou em dezembro do ano passado a colheita que se faz agora. Os casos da Portuguesa e do Icasa têm em comum o mais absoluto desprezo da CBF pela governança do campeonato mais importante do Brasil. Nenhum organizador minimamente preocupado permite que seu produto seja exposto dessa forma. O Brasileirão é um cardíaco com dores no peito, à espera de atendimento no corredor do hospital, enquanto os médicos fazem um churrasco.
Na mesma semana, o comando da confederação passou de Marin/Del Nero para Del Nero/Marin. Há quem diga que a configuração que emergiu da eleição nada mais é do que a oficialização do que sempre ocorreu, com o presidente de direito (graças à data de nascimento) cumprindo ordens do presidente de fato, que agora acumula os cargos. Marin retorna ao posto de vice mais velho, especialidade de quem sempre viveu à espreita. Del Nero foi aclamado pelos clubes que o conhecem e o merecem. Crianças de meia idade que ainda moram com os pais e vivem de mesada. Imaturas, medrosas, incapazes.
O doente está sofrendo. O corpo grita e a cabeça dói, porque percebeu que o remédio não virá. Mas o doente perdeu o medo de reclamar. Nesta semana simbólica, ele falou por intermédio do meia Ruy, sem trabalho após a saída do Mixto da Copa do Brasil: “Agora, o pessoal da CBF… não vai faltar pão e não vai faltar café no café da manhã, porque eles estão de terno e gravata, estão sentados em cima de uma máquina que gira dinheiro, só que eles são uma cambada de incompetentes. Os caras não conseguem fazer um calendário digno em um país como esse”.

CAMISA 12

“A média dos estudantes brasileiros do curso secundário precisa ser mais ou menos reeducada com respeito a hábitos de trabalho e mesmo, em alguns casos, a hábitos de honestidade. A maioria dos rapazes brasileiros que completam o curso secundário nunca foi instruída sobre como estudar nem educada para arcar com as responsabilidades de um programa normal de estudos. A maior parte deles não sabe tirar proveito de uma biblioteca, ou fazer consultas, ou aproveitar um professor durante uma conferência particular. Muitos estudantes de cursos secundários também lucrariam consideravelmente em um ambiente escolar de perfeita honestidade e integridade, o qual, infelizmente, nem sempre existe nas escolas secundárias, mas que será um fato no Instituto Tecnológico da Aeronáutica.”
“O linguajar cauteloso de Smith, ao falar de “ambiente escolar de honestidade”, não deixava dúvidas de que ele se referia a uma praga presente em dez entre dez escolas brasileiras: a cola. Se entre nós costumava ser vista até como uma virtude, uma esperteza, no ITA a cola era imperdoável.”
O texto acima foi extraído do magistral “Montenegro”, de Fernando Morais (Editora Planeta do Brasil, ISBN8576652277).
Trata de uma carta, escrita em 1947, pelo professor Richard Herbert Smith, ex-chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica do MIT, contratado e trazido ao Brasil em 1945 para trabalhar na construção do ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica – um dos maiores centros de excelência em educação e conhecimento do Brasil.
E nela, o professor Smith, apesar do pouco tempo de Brasil, como comenta Fernando Morais, usa um “linguajar cauteloso” para tocar fundo em um ponto relevante da “alma” do aluno brasileiro que se matriculava no ITA.
Vejo muito disso na discussão sobre o gol do Flamengo, principalmente nos comentários ao seu post de segunda feira.
Eu já “ganhei” jogos com gols nos últimos minutos, já “perdi” jogos com gols nos últimos minutos. Futebol, como me ensinou meu velho pai, tem três resultados possíveis: ganha-se, perde-se, empata-se. E aí, convive-se com aquilo que se apresenta em campo.
Tenho PROFUNDO respeito pelo Flamengo. É um adversário, grandíssimo, fortíssimo, o tipo de adversário que faz as nossas conquistas serem maiores. Já “ganhei” jogos lindos contra o Flamengo, já “perdi” jogos horríveis para o Flamengo – naturalmente, imagino que os torcedores do Flamengo pensem nestas situações e tenham sentimentos exatamente opostos aos meus. Perder dói sim. Mas está longe, muito longe, de ser o tema mais importante desta conversa.
Creio que sejam dois temas relevantes:
1) “roubado é mais gostoso”, dito pelo goleiro do Flamengo, sucessor de um condenado por assassinato (aquele, do “quem nunca bateu em mulher?”).
2) O uso insistente e sistemático de argumentos para “relativizar” o erro da arbitragem.
Àqueles rubro-negros que “relativizam” o erro cometido no gol, relativizem também a sua revolta, quando forem assaltados na rua. Afinal, “o assaltante não teve oportunidades na vida, não teve educação e não tem chance de ser nada – só lhe resta fazer isso”. E, convenhamos, “o que é roubado é mais gostoso”.
Àqueles rubro-negros que “relativizam” o erro cometido no gol, relativizem também a absoluta falta de preparo e os danos causados por policiais corruptos, que, afinal de contas “ganham um salário de m… para correr atrás de vagabundo e têm mais é que levar alguma vantagem mesmo”.
Àqueles rubro-negros que “relativizam” o erro cometido no gol, relativizem também que a corrupção dos Detrans pelo Brasil ocorre devido aos baixos salários recebidos pelos seus servidores. E, quando perderem um pai, a esposa ou um filho em um acidente de trânsito provocado por alguém que comprou sua carteira de motorista, aplaquem sua revolta, afinal de contas, “quem nunca ‘quebrou um lance’ para acelerar uma renovação de carteira”?
Para fechar, fiz um pouco de pesquisa e gostaria de compartilhar três estatísticas:
a) Ranking de Países por Produto Inteno Bruto (fonte: ONU)

b) Ranking de Países por Índice de Qualidade de Vida (fonte: The Economist)

c) Ranking de Países por Índice de Percepção de Corrupção (fonte: Transparência Internacional) (NOTA: nesta tabela, a nota 100 é o máximo de percepção de limpeza, enquanto a nota 0 é o máximo de percepção de corrupção.)

Portanto, você, meu caro amigo rubro-negro, que está comemorando porque “ganhar roubado é mais gostoso”, ou que está “relativizando” o erro para justificar o injustificável, pense no seu papel diante do seu país, que é o 7° (sétimo) em produto interno bruto, o 39° (trigésimo-nono) em qualidade de vida e o 72° (septuagésimo-segundo) no ranking de “limpeza/corrupção”.
E pense em que tipo de influência a nossa colocação em corrupção não tem sobre a nossa qualidade de vida, apesar do enorme potencial do nosso PIB. Faz muito tempo que não choro por causa de futebol. Cheguei em casa no domingo à noite, depois de passar dia com minha mãe, minha mulher e nosso filho. E ali, no micro-cosmo daquela casa, daquele quarto, daquela cama, não se ganha roubado. Um forte abraço.

O NÓ GÓRDIO DO FUTEBOL BRASILEIRO

Nos tempos do julgamento espontâneo, da tribuna das redes sociais, sentenças são proferidas em escala industrial. Todo mundo escreve, um punhado de gente lê, outro punhado compartilha, ou retuita, e assim temos muitas vezes a “viralização” de mentiras, meias verdades, precipitações. Esse é o mundo contemporâneo, mais virtual que real, com fartura de informação e desinformação também. Há pouca reflexão e muita conclusão. O bolo do Campeonato Brasileiro ganhou tanto fermento que essa confeitaria online fez vilões e heróis a rodo.
Claro, dirão alguns (possivelmente muitos), com carradas de razão: debatemos e isso é bom, temos a democracia. E as ideias são trocadas diante do que temos pela frente. Assim que o STJD condenou a Portuguesa houve os que defendessem a medida como respeito à lei. Outros, entre os quais me incluo, pensaram no espírito da lei, na busca da justiça acima da letra gelada. Os pontos tirados tinham amparo legal, mas seria justo rebaixar o clube por infração em um jogo que para ele nada valia e beneficiar outro que caira no campo? Então os dois lados entraram num pé de guerra verbal que produziu, na escala contemporânea de estigmatização, um vilão: o Fluminense. O clube, que por circunstâncias apareceu em anos recentes em polêmicas de tapetão, passava a ser um agente do mal, quando não era. Ao menos pelo que sabemos até agora. Essa síndrome de perseguição já vinha no tolo lema do “pagar a Série B”. Na história do futebol brasileiro houve tanta mudança de regra que haveria uma fila de pagamento de dívidas morais infinita.
Uma parcela dos que então defendiam a justiça prevalecendo sobre a lei apegou-se em um aspecto jurídico: o Estatuto do Torcedor, que em um artigo fala em publicidade das decisões, algo que não foi feito. De repente, a questão – ressalto, para alguns – não era mais moral, era legal. Os que eram contra a letra fria da lei passaram a ser favoráveis a ela. Lei Federal está acima de um código esportivo! Mas o encontro dessa infração serve ao ideal da justiça no caso ou apenas a defesa casuística de um dos lados, tornando o debate pobre?
Agora começam a surgir indícios, e já há inquérito, de que gente da Portuguesa sabia da irregularidade de Héverton e não passou a informação para quem de direito, supostamente com dolo. A vilania do Fluminense arrefeceu diante da possibilidade de a corrupção ter sido o vírus desse imbróglio. Os rótulos mudaram, e a Portuguesa nem é mais vista como imaculada.
Os fatos que se sucederam foram debelando juízos e formatando outros. As manifestações, legítimas, de torcedores da Portuguesa na Avenida Paulista e em frente ao STJD em dezembro teriam razão de ser agora? O novo presidente do clube enaltece o promotor que conduz investigação sobre a conduta de gente do Lusa e diz desconfiar de funcionários. E agora? O que vamos dizer em redes sociais e no asfalto? De que moralidade e direitos trataremos? O nó está cada vez mais górdio e canja de galinha não fará mal a ninguém por ora.

VIOLÊNCIA QUE AFASTA OS TORCEDORES DO ESTÁDIO!

A violência no futebol é um fator de afastamento do torcedor brasileiro dos estádios. Não o único, mas tampouco irrelevante. Do medo, subproduto de episódios de brutalidade dentro e fora dos praças esportivas, fez-se ausência. Quantos de vocês, cidadãos que quero crer pacíficos, arriscam levar filhos pequenos a clássicos estaduais, por exemplo? Neles habita muito do rastilho da pólvora. São os chamados jogos de alto risco. Na psiquê coletiva do amante do jogo está gravada a ideia de que há situações em que ir a uma partida é avizinhar-se da barbárie, é dar a cara a tapa, porrete, socos e outras agressões. Isso para não dizer que a própria vida pode estar em risco. Pode você estar passando desavisado por uma rua, com a camisa do seu time, e ser alvo de insultos, no mínimo. Daqui a pouco teremos advertência em placas, nos espaços públicos: “Cuidado! Não demonstre seu amor clubístico. Humanos bravos!” A selva tem sido a senhora do futebol. Os baderneiros, por enquanto, venceram.
O repórter Bruno Cassucci, do diário LANCE!, fez um desabafo sintomático em sua página no Twitter na última segunda: “Entro na net empolgado para saber do clássico e me atualizar antes do fim das férias e leio que mais um torcedor morreu. Triste e broxante”.
O desabafo do meu companheiro é um retrato doloroso do que nós, apaixonados por futebol, sentimos: Impotência! Tenha certeza, paciente leitor, do nó no estômago, do desolamento que é passar dias tendo que debruçar-se sobre notícias com feitio de caderno policial. Saem os gols, as jogadas, as análises táticas, os personagens folclóricos, as classificações e entra em cena o pequeno apocalipse nosso de cada dia. E sempre a martelar a velha pergunta: falimos como sociedade? A omissão do estado é uma instituição nossa?
Um repórter do jornal diário LANCE!, Rodrigo Vessoni, produziu ano passado uma valorosa série sobre a carnificina que ocorre fora do campo. Vidas e mais vidas dizimadas em conflitos de gangues que agem, sem legitimidade, em nome do jogo. Corações são calados com as palmas das mãos do ódio. E nós, fascinados pela magia do futebol, somos simbolicamente assassinados. Ter medo de ir a estádio é uma forma de morte, é quando o pavor priva o desfrute da paixão. Ao contrário do que dizem, não é sensação de violência. Os fatos estão aí, mostrando que ela é real e que o copo transbordou há bastante tempo.
Para não dizer que só falei da náusea, temos um lado que indica algum otimismo. A sociedade parece saturada. Torcedores comuns estão fartos dessa prisão que não deveria ser deles, mas justamente dos que a causam. Petição pedindo punições, Policia Civil investigando com rigor, denúncias pipocando… Boçais existem em qualquer canto. Só são contidos com punições efetivas. O combate firme da violência pode até não elevar nossa média de público para níveis alemães ou ingleses. Aposto, porém, que diminuirá a resistência de pais que querem levar seus filhos a clássicos e neles construir paixão.

RACISMO NO FUTEBOL - O TODO ESTÁ PAGANDO PELA PARTE!

A punição ao Esportivo (SP), com a perda de cinco mandos de campo e multa de 30 mil reais por atos racistas de torcedores contra o árbitro, gerou certa decepção. Não compactuo dela. Achei até rigorosa. Qualquer uma eu acharia. Por um simples motivo: os atos nojentos de racismo não foram praticados pelo clube, como entidade, e nem pelo conjunto de seus torcedores. Logo, não vejo como legítimo nenhum castigo ao clube nessa situação. A ação foi praticada por um punhado de indivíduos que, supõem-se, torcem pelo time do interior gaúcho . Ao exigirmos a punição à agremiação estamos querendo pena pela pena, em busca de uma resposta, e rasgando qualquer lógica ou objetividade. Os cretinos que insultaram o árbitro, os agentes do crime, podem estar rindo à toa. Não se sabe se estão agora mordendo a própria carne de ódio porque o time terá que sediar cinco jogos longe de casa (as reações são individuais). Mas o fato é que devem estar aliviados por saírem, eles, os reais infratores, incólumes.

Na sanha por ver uma resposta a essa horrenda discriminação, estamos perdendo a mão. Na próxima segunda, o Mogi Mirim pode ser, na pena mais extrema, eliminado do Campeonato Paulista porque um energúmeno, que por acaso estava nas arquibancadas do estádio do clube, ofendeu o volante Arouca, do Santos. Todo o trabalho de jogadores, comissão técnica, diretoria, e a paixão de seus seguidores serão corrompidos para que se solte fumaça de alento? O ato de pessoas, cujo pedigree racista não pode ser identificado por um censor antirracismo, apenas pelas suas ações, poderá pegar em cheio no coração do clube. O todo pagando pela parte. Uma parte que age a seu bel-prazer, por sua consciência, em atitudes que não podem ser previstas, comandadas, articuladas por outros. Os fãs da equipe do interior serão amordaçados como cúmplices? Qual o cabimento disso? Dar exemplo às custas de inocentes?
Curioso que apenas no futebol estamos nessa sede por justiça a qualquer preço. Se um sujeito praticar ato racista em um clube social o local será trancafiado? Os outros sócios serão privados de gozar do espaço do local porque um incauto animalizou-se? Ou o correto será expulsá-lo dos quadros ou a Justiça condená-lo por racismo. O exemplo pode estender-se a vários outros espaços. A questão é muito diferente da que concerne a torcidas organizadas, já que muitos clubes financiam esses agrupamentos e, assim, podem ser vistos como cúmplices deles.
A ineficiência do nosso aparato policial-jurídico, que não consegue prender e condenar os racistas que têm mostrado sua língua suja em estádios, está levando à busca por outras soluções. A solução, meus amigos, está mesmo no tal aparato. Ele precisa funcionar. O curioso é que os episódios recentes afetam clubes pequenos, minúsculos, e então facilmente pede-se a retirada deles das competições. Mas pergunto: e se fosse um Corinthians, Flamengo ou qualquer outro gigante da nossa bola? Iríamos rogar por eliminação deles e, de quebra, impor o flagelo a milhões para que estes inocentes paguem por um grupelho nazista?
Por enquanto, quem pratica racismo em estádios têm motivos para comemorar. Livram-se sem arranhões, nem cócegas.

ITÁLIA E FLUMINENSE DISPUTARÃO AMISTOSO ÀS VÉSPERAS DA COPA DO MUNDO

A Federação Italiana de Futebol e o Fluminense acertaram a realização de um amistoso para o dia 8 de junho. Na ocasião, o Tricolor das Laranjeiras enfrentará a seleção da Itália em Volta Redonda. O jogo deverá encerrar a preparação da Azzurra para a Copa do Mundo. Agendado para o estádio Raulino de Oliveira, o amistoso não foi confirmado oficialmente porque ainda resta o acerto de alguns detalhes.
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Depois de enfrentarem o Internacional pela nona rodada do Campeonato Brasileiro - a última antes da Copa -, os tricolores seguirão treinando para o jogo contra a Itália.
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Os italianos ficarão concentrados em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Integrante do Grupo D - ao lado de Inglaterra, Uruguai e Costa Rica -, a Azzurra estreia no Mundial dia 14 de junho, quando enfrenta os ingleses na Arena da Amazônia.

DIAS DE DECISÕES

FINAL
A pré-temporada nos principais centros do futebol brasileiro se encerra neste domingo, com decisões de torneios cuja relevância está restrita à rivalidade entre clubes. O que está em jogo, incluindo a prataria que será entregue ao final, tem menor valor do que o sabor de derrotar o adversário da vizinhança. De fato, o alívio de não perder para um rival tradicional é, em muitos casos, até maior do que a alegria que uma vitória pode provocar.
Os campeonatos estaduais são geradores de problemas. Atrapalham os clubes envolvidos com a Copa Libertadores, interrompem trabalhos que mal começaram, iludem os inocentes quanto à verdadeira exigência da temporada. Há muito deveriam ter sido reduzidos, adequados à devida importância e, principalmente, às diferentes necessidades de seus participantes.
No Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, o título será disputado sem a presença de intrusos de menor orçamento. Missão cumprida para os dois grandes mineiros e gaúchos, ainda que saibam que terão de administrar a mini crise que virá junto com uma derrota amanhã. No Rio, os dois clubes que não alcançaram a decisão demitiram seus técnicos. O estadual cobra seu preço, em termos de percepção, mesmo para quem opta por deixá-lo de lado, como fez o Botafogo.
O título terá certa valia para o Vasco, por causa do desagradável passar do tempo sem poder comemorá-lo. Mas o que interessa ao vascaíno é que 2014 termine com seu time devolvido à Série A do futebol brasileiro. Se não acontecer, ter sido campeão carioca não servirá de consolo. Enquanto Adílson Batista sabe que seguirá no comando do Vasco com qualquer resultado, quem pode assegurar o mesmo em relação a Jayme de Almeida?
Em São Paulo, a aparição do Ituano nos últimos dois fins de semana do torneio deixou o Santos na situação em que não perder é muito mais significativo do que ganhar. Haverá tímida celebração em caso de uma conquista santista, em contraste com dias incômodos se o time do interior – absolutamente merecedor do momento, frise-se – chocar o Pacaembu uma vez mais. Três meses dentro da temporada, exige-se do Santos ritmo de alta competição para cumprir uma obrigação.
Um clube pequeno na decisão do campeonato serve, ao menos, para silenciar as cansativas argumentações de que os árbitros são orientados a sacrificar quem surgir no caminho “dos grandes”. Não faltou muito para que o próprio Santos fosse eliminado pelo Penapolense, na Vila, sem interferência da arbitragem na virada que conseguiu ao final. O Ituano não teve de vencer o apito para chegar ao jogo decisivo. Poderíamos estar diante de uma finalíssima do interior.
Independentemente das circunstâncias, o domingo das finais é bem vindo por ser o último. O último de uma fase do calendário que deveria preparar times para o que define a temporada. Vencedores e vencidos terão um sentimento em comum no começo da noite de amanhã: a satisfação pelo término dos estaduais.

SEM GÁS
Adriano marcou o primeiro – que também foi o último – gol pelo Atlético Paranaense, na derrota para o Strongest que eliminou o time brasileiro da Copa Libertadores. Nos últimos vinte minutos do jogo em La Paz, era evidente que Adriano não tinha condições físicas para contribuir. O Atlético investiu em bolas levantadas na área, Adriano pouco saiu do chão. Não é razoável cobrar a forma física de um jogador como ele, especialmente na altitude. Por isso teria sido melhor escalá-lo no final do jogo, não no começo.

SEMIFINAIS
O Bayern de Munique é favorito contra o Real Madrid, nas semifinais da Liga dos Campeões da Uefa. Quanto a Atlético de Madrid x Chelsea, não há como dividir forças. Os ingleses têm mais valores individuais, os espanhóis são exuberantes coletivamente. Se o Atlético passar, será um perigo na final em jogo único.

PRIMEIRA ETAPA DO ESTADUAL (RJ) 2014

Começou neste sábado, 12 de abril de 2014, o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro de 2014, sendo disputada a categoria Sub 15 e a Série Prata das categorias Adulto e Sênior. A estréia do Higienópolis FM na Série Prata não foi nada animadora, mesmo com treinos exaustivos nos mais de 90 dias que antecederam o início do campeonato. No primeiro jogo, mesmo sendo um jogo caseiro, sentiu-se o nervosismo e a afobação para conseguir os resultados positivos foi decisiva nos cinco jogos restantes. Em seis jogos foi conquistado apenas um único pontinho.
É certo que o grupo estava difícil, mas nada impossível para se conseguir uma das três vagas para as oitavas de final. Porém, a mão pesou, a afobação aumentava e nada poderia dar certo. De certo somente foi ter uma média superior a 1 gol por partida, ao menos isso. Como todos já sabem, o importante foi rever os amigos e ainda conhecer mais gente nova de boa qualidade e sempre resenhar bastante, pois assunto é o que não falta.
É sempre um prazer jogar uma competição oficial e buscar sempre analisar seus jogos e rendimentos para treinarmos mais e melhorar o que precisa ser ajustado para chegarmos aonde traçamos os nossos objetivos. Porém, entender que tem os adversários que também tem os mesmos objetivos e acabam treinando mais e têm sua performance melhor que a nossa. O fato é não desanimar e continuar treinando para ajustar sempre o que precisa. Que venha a próxima etapa.