Cristiano Ronaldo e Eusébio têm uma coisa em comum. Quando existiu Eusébio, existiu Pelé. Quando surgiu Cristiano Ronaldo, surgiu Lionel Messi. É importante refletir sobre isso. Cada um foi melhor em sua época. Eusébio pegava a bola na meia lua driblava três ou quatro e fazia o gol. Ele veio de Moçambique, passou fome, era um talento nato, como o grande cantor que nunca estudou técnica vocal. O próprio Otto Glória [técnico brasileiro que treinou Portugal na Copa do Mundo de 1966], que revolucionou o futebol português, me contou que não adiantava passar esquema tático ao Eusébio, Ele fazia o que queria em campo. Cristiano Ronaldo é um atleta perfeito. Pelé me contou algo que se repete com ele: quando terminava os treinos, ficava mais de uma hora com sacos de areia amarrados na cintura, fazendo impulsões. Aquele gol que marcou contra a Itália, na final da Copa de 1970, foi fruto de treinamentos. Cristiano Ronaldo faz isso: é o primeiro a chegar e o último a sair. Tem o físico perfeito e melhora a cada jogo. Costumo dizer que Lionel Messi é o melhor jogador do mundo. E Cristiano Ronaldo não é desse mundo. Assim como Eusébio.
