Olá, amigos leitores. Não escrevo no blog há exato 01 mês, confesso que o clima da Copa do Mundo me contagiou... Acompanho diariamente as resenhas da Copa, o que me deixou com certa preguiça e me afastou das escrituras deste blog. Então, ainda no clima da Copa, estou aqui escrevendo novamente...
FASE ORAL
Mesmo excluindo a reação esquizofrênica de setores da mídia inglesa, que parecem não resistir a um desejo de vingança que está longe de ser seu papel, o episódio Suárez-Chiellini é, por desgraça, o grande fato desta Copa. E não por se tratar de uma agressão durante um jogo decisivo, com todas as interpretações e repercussões que essas situações geram. Mas pelo tipo de violência envolvido.
Estamos acostumados a ver jogadores se assaltando em campo. Chutes, tapas, socos, cotoveladas, cabeçadas, até cusparadas – que não ferem, mas enojam e insultam – são parte integrante de um esporte de contato, que é feito de intimidação e imposição física tanto quanto de dribles e gols.
Mas mordidas? Mordidas, não. Consideramos o uso dos dentes para atacar alguém um ato incivilizado, selvagem. Crianças são ensinadas, bem cedo na vida, a não morder outras crianças. Animais domésticos, programados de outra maneira pela natureza, são penalizados quando perdem o controle.
Se Suárez tivesse agredido Chiellini de forma “convencional”, com consequências até mais graves do que uma dentada pode causar, o choque e o clamor por punição seriam mais brandos. E se não fosse a terceira vez, claro, a defesa do atacante uruguaio teria maiores chances de sucesso.
Além de um colossal jogador de futebol, Luis Suárez é um ser humano de quem seus próximos só falam bem. Mas não é necessário ter formação específica para perceber que há temas nos quais ele precisa de auxílio profissional. Os mecanismos que o levam a esse tipo de comportamento não serão desligados sem o devido tratamento.
Isso é muito mais importante do que o tamanho da suspensão que lhe será aplicada, ou o impacto de sua ausência – obviamente grave – para a seleção uruguaia. Aqueles que estão a seu lado deveriam utilizar, no sentido de ajudá-lo, a mesma energia que gastam para defendê-lo. Pois voltará a acontecer.
PRINCÍPIOS
Os japoneses, dentro e fora do campo, protagonizaram as cenas mais significativas da fase de grupos da Copa. Primeiro, os torcedores que não deixaram a Arena das Dunas antes de retirar todo o lixo que produziram durante o empate com a Grécia. Depois, os jogadores, ao fazer reverência aos compatriotas que presenciaram a derrota para a Colômbia. Bravo.