Não esqueçamos que o Grêmio perdeu em casa por 2 x 0, em um torneio disputado em dupla eliminatória com saldo de gols. A sequência na Copa do Brasil dependia de um resultado improvável na Vila Belmiro, de modo que dizer que o STJD “tirou o Grêmio” da competição com sua mão pesada é um pouco de exagero.
Jamais saberemos qual seria a decisão do tribunal se o placar do jogo de ida tivesse sido o inverso, mas esse é um aspecto menor agora. Se a pena imposta pelos auditores servir para alterar o ambiente nos jogos em casa do time gaúcho, teremos avançado. Outros jogadores negros não sofrerão abuso semelhante ao imposto a Aranha, e os iluminados – julgam-se “dirigentes” – que falaram em encenação do goleiro santista vociferarão nos camarotes. Que tomem cuidado.
A responsabilização do clube por objetos atirados no campo por “torcedores” irresponsáveis cabe como exemplo. Os casos diminuíram justamente porque a coletividade vigia o tolo que não se comporta. Voltará a acontecer? Claro que sim. Não há lei ou pena que impeçam a recorrência de uma infração. Os clubes aprenderam a se mobilizar para identificar os infratores, medida que deve ser tomada com relação a quem chama jogadores adversários de macaco. Se o clube agir, no ato, terá argumentos para não ser punido.
O problema é que o currículo do STJD é tão controverso que até quem se sente representado por uma decisão revisita os próprios conceitos. Mas no caso em questão, é importante lembrar que as manifestações que vimos na última quinta-feira são frequentes em setores da torcida do Grêmio. As tentativas despudoradas de descaracterizar a ofensa racista evidente não fazem deste um episódio isolado ou sem importância. Não aconteceu onde aconteceu por acaso.
Que seja punido dessa maneira, para que as regras de convivência sejam respeitadas. Que diminua até se tornar raro. Que não seja aceito em lugar nenhum. Porque é asqueroso.
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