DIAS DE DECISÕES

FINAL
A pré-temporada nos principais centros do futebol brasileiro se encerra neste domingo, com decisões de torneios cuja relevância está restrita à rivalidade entre clubes. O que está em jogo, incluindo a prataria que será entregue ao final, tem menor valor do que o sabor de derrotar o adversário da vizinhança. De fato, o alívio de não perder para um rival tradicional é, em muitos casos, até maior do que a alegria que uma vitória pode provocar.
Os campeonatos estaduais são geradores de problemas. Atrapalham os clubes envolvidos com a Copa Libertadores, interrompem trabalhos que mal começaram, iludem os inocentes quanto à verdadeira exigência da temporada. Há muito deveriam ter sido reduzidos, adequados à devida importância e, principalmente, às diferentes necessidades de seus participantes.
No Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, o título será disputado sem a presença de intrusos de menor orçamento. Missão cumprida para os dois grandes mineiros e gaúchos, ainda que saibam que terão de administrar a mini crise que virá junto com uma derrota amanhã. No Rio, os dois clubes que não alcançaram a decisão demitiram seus técnicos. O estadual cobra seu preço, em termos de percepção, mesmo para quem opta por deixá-lo de lado, como fez o Botafogo.
O título terá certa valia para o Vasco, por causa do desagradável passar do tempo sem poder comemorá-lo. Mas o que interessa ao vascaíno é que 2014 termine com seu time devolvido à Série A do futebol brasileiro. Se não acontecer, ter sido campeão carioca não servirá de consolo. Enquanto Adílson Batista sabe que seguirá no comando do Vasco com qualquer resultado, quem pode assegurar o mesmo em relação a Jayme de Almeida?
Em São Paulo, a aparição do Ituano nos últimos dois fins de semana do torneio deixou o Santos na situação em que não perder é muito mais significativo do que ganhar. Haverá tímida celebração em caso de uma conquista santista, em contraste com dias incômodos se o time do interior – absolutamente merecedor do momento, frise-se – chocar o Pacaembu uma vez mais. Três meses dentro da temporada, exige-se do Santos ritmo de alta competição para cumprir uma obrigação.
Um clube pequeno na decisão do campeonato serve, ao menos, para silenciar as cansativas argumentações de que os árbitros são orientados a sacrificar quem surgir no caminho “dos grandes”. Não faltou muito para que o próprio Santos fosse eliminado pelo Penapolense, na Vila, sem interferência da arbitragem na virada que conseguiu ao final. O Ituano não teve de vencer o apito para chegar ao jogo decisivo. Poderíamos estar diante de uma finalíssima do interior.
Independentemente das circunstâncias, o domingo das finais é bem vindo por ser o último. O último de uma fase do calendário que deveria preparar times para o que define a temporada. Vencedores e vencidos terão um sentimento em comum no começo da noite de amanhã: a satisfação pelo término dos estaduais.

SEM GÁS
Adriano marcou o primeiro – que também foi o último – gol pelo Atlético Paranaense, na derrota para o Strongest que eliminou o time brasileiro da Copa Libertadores. Nos últimos vinte minutos do jogo em La Paz, era evidente que Adriano não tinha condições físicas para contribuir. O Atlético investiu em bolas levantadas na área, Adriano pouco saiu do chão. Não é razoável cobrar a forma física de um jogador como ele, especialmente na altitude. Por isso teria sido melhor escalá-lo no final do jogo, não no começo.

SEMIFINAIS
O Bayern de Munique é favorito contra o Real Madrid, nas semifinais da Liga dos Campeões da Uefa. Quanto a Atlético de Madrid x Chelsea, não há como dividir forças. Os ingleses têm mais valores individuais, os espanhóis são exuberantes coletivamente. Se o Atlético passar, será um perigo na final em jogo único.

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