PROJETO SOCIAL

Vem aí o Projeto Social, para crianças e adolescentes, que vai animar Higienópolis e lembrar os tempos de criança e adolescente de muito marmanjo "velho", o futebol de mesa (ou jogo de botão)



Aguardem!

UMA PERGUNTA QUE NÃO TEM RESPOSTA

Meus amigos, escrever essa coluna não é fácil, pois a cada semana devo abordar um tema referente ao nosso esporte e após algumas colunas a coisa fica bem difícil. Para me inspirar, procuro em minha memória temas vividos e que trariam lembranças aos dias atuais. E faço isso enquanto caminho pelas ruas de Higienópolis, aqui na Cidade Maravilhosa. Geralmente, são vários quilômetros entre a ida e a volta, que permitem que meu pensamento dê algumas voadas pelo tempo e pelo espaço.
Hoje, ao iniciar a minha jornada, procurei dar tratos à bola e fiz uma pergunta dificílima. Quem foi o inventor do futebol de mesa?
Confesso que já havia tentado decifrar esse enigma monstruoso, mas nunca me ative a detalhes sobre a sua criação e evolução. Ao voltar ao meu lar, abri meus arquivos e me pus a conferir todo o material que havia coletado.
Procurei um texto de autoria do botonista Enio Seibert, criador da Regra Unificada, onde apresenta uma foto feita em Londres, em 1910, remetida pelo sérvio Milos Krstic, na qual dois senhores aparecem diante de uma mesa, pela qual se pode observar dois times preparados para jogar. O impresso “LEADER” nos fornece a impressão de que os ingleses inventaram o futebol de campo e, possivelmente, a variante denominada futebol de mesa.
No mesmo texto há uma tese de Marcelo Coutinho, do Bangú - RJ, cuja linha de raciocínio nos expõe:
- Numa época da humanidade em que não havia automóveis e aviões, onde as comunicações mundiais eram escassas, marinheiros teriam trazido da Europa, simultaneamente com o futebol de campo, entre 1900/1910, uma concepção rudimentar do jogo de futebol de botão, introduzindo-o nas cidades portuárias da costa brasileira.
Como os botões eram baratos e relativamente fáceis de conseguir, a adesão foi imediata e a garotada passou a divertir-se, praticando um futebol mais acessível do que o caríssimo futebol, cujas bolas, chuteiras, camisetas deveriam ser importadas, pois nada necessário à prática do futebol era fabricado em nossa terra. Marcelo acredita que os jogos teriam começado a ser disputados nas primeiras décadas do século passado, mais ou menos ao mesmo tempo, em vários lugares, o que leva a crer em uma geração espontânea, pois a idéia em si não é muito difícil de ser imaginada.
Em seu texto, o exímio botonista Enio continua divagando, afirmando que as primeiras partidas de futebol de botão foram jogadas sobre as calçadas, pisos de granítica, cerâmica ou mármore e assoalhados de madeiras das casas e, mais tarde, para as mesas de jantar das residências. Nelas, poderiam ser jogadas partidas, estando os botonistas em pé e não mais rastejando, agachados no chão, esfolando os joelhos e pernas, forçando a coluna vertebral, causando com isso dores nas costas.
Em muitos relatos escritos sobre o futebol de mesa, é afirmado que seu inventor foi Geraldo Décourt, como publicado na obra: Futebol de Botão, uma paixão nacional, de Marcelo Minuzzi.
Como tive a felicidade de privar da amizade de Décourt e com ele conviver durante algum tempo, muitas vezes abordamos esse assunto e, constrangido, afirmava que jamais gostaria de ser rotulado como o inventor desse esporte, uma vez que, aos dez anos de idade, conhecera os irmãos Higino e Francisco Magini, que o ensinaram o futebol de botões, tendo jogado pela primeira vez na escadaria da Rua Visconde de Paranaguá, onde morava no número 40. Depois, conseguiu sua primeira mesa envernizada e, em sua residência, organizaram campeonatos com Mario Salorenzo, José da Silva, Rudolf Langer, Oscar Vieira e Jaime Ferraz. Sua contribuição valiosa foi a confecção, em livreto, da Regra de Foot-ball Celotex, em 1930, regra essa vendida em banca de jornal e revistas. Cita ainda que, na época do celotex, Carlos Hélio Portugal da Cunha o impediu de ser tri-campeão carioca, vencendo-o por 3 x 1, jogando com perfeição e lealdade.
Foi nessa mesma época que o carioca Getúlio Reis e Faria adquiriu um exemplar da regra e passou a utilizá-la em sua associação (Liga Carioca de Futebol de Botões), onde vários rapazes disputavam ferrenhos campeonatos. Um desses rapazes era o conhecidíssimo Costinha, exímio botonista. Getúlio sempre alimentou o desejo imenso de conhecer Décourt, coisa que aconteceu somente cinquenta anos depois de haver adquirido o exemplar da regra publicada, em um encontro no Rio de Janeiro, onde os dois botonistas defrontaram-se na Regra Brasileira, pois Getúlio foi um dos primeiros a aderir a ela. Para Décourt ter condições de disputar essa partida, enviei-lhe uma seleção italiana, com botões azuis, chuteira branca e com o distintivo italiano.
Defendendo a tese da geração espontânea que Marcelo apresentou, vamos observar que em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, no ano de 1941, Lenine Macedo de Souza cria a Sociedade General Lima e Silva, com uma dezena de rapazes.
No Rio de Janeiro, o jornalista Fred Mello, em 1945, cria a regra que ficou conhecida como leva-leva (toque-toque com número ilimitado de toques), ainda hoje praticada em jogos não oficiais.
Em 1961, o mesmo Lenine Macedo e Souza, criador da Regra Gaúcha, funda a primeira organização reconhecidamente voltada ao futebol de mesa, denominada Federação Riograndense de Futebol de Mesa. Num esforço incomum, Lenine ajuda a criação da Federação Paulista e a Federação Mineira no ano seguinte, tentando introduzir a Regra Gaúcha, sem obter sucesso.
Se, em 1961, é criada a Federação Riograndense, em 1962 é criada a Liga Baiana de Futebol de Mesa, que reuniu os diversos clubes de bairros de Salvador em uma associação que regulava as competições. Isso nos leva a crer que o futebol de mesa baiano era disputado há algum tempo. Em 1962, as mesas eram idênticas às atuais da Regra Brasileira. Pouco tempo depois, começou a disputa dos torneios denominados Nordestões, que reuniam diversas entidades estaduais em um local, tendo o primeiro sido vencido pelo baiano Webber Seixas, de saudosa memória.
Se realmente o futebol de mesa veio até nós, através de marinheiros, podemos afirmar, sem dúvida alguma, que nosso esporte é centenário, pois a primeira publicação que conhecemos data de 1910, através do impresso “LEADER”, convocando os britânicos para um campeonato. Sabemos que o futebol de mesa está forte e vibrante na Europa, Ásia e América, mas desconhecemos a sua origem, o seu nascimento, a primeira pessoa que teve a brilhante idéia de imaginar o futebol sendo jogado com botões. Se essa pessoa imaginasse a grandiosidade que essa invenção ganharia no decorrer do tempo, com certeza teria patenteado a invenção, fazendo com que seus descendentes se tornassem milionários.
Por essa razão, defendo a variedade de maneiras de praticá-lo, pois é um esporte que, apesar de ser conhecido internacionalmente, é cometido regionalmente de formas diversas. Se enumerássemos todas as regras aplicadas somente em nosso país, com certeza ficaríamos abismados com o seu número. Por isso, eu acredito que a alegria que temos exercitando o “nosso futebol de mesa” não deve ser contestada por ninguém, pois cada um é feliz a sua maneira.
E é feliz quem joga botão, pratica futebol de mesa, vibra e sofre com suas vitórias e derrotas e, sobretudo, faz amigos que se tornam irmãos. Que o futebol de mesa continue para todo o sempre, e que um dia possamos descobrir quem foi o grande benfeitor que o inventou, pois hoje é uma pergunta sem resposta.

HÁ UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

Olá, amigos botonistas. Há algumas colunas passadas, escrevi que o Futebol de Mesa vai acabar. Em tese, há uma verdade nesta matéria que publiquei. Mas, há uma luz no fim do túnel. E para contradizer este que vos escreve. Pois meu próprio filho (foto acima e foto abaixo) mostra que posso me equivocar com minha opinião até já publicada neste charmoso blog.
Como já ocorre em vários clubes, inclusive no River F. C. (o qual faço parte), há crianças no Dptº de Futebol de Mesa. E crianças que evoluem com bastante rapidez, chegando ao nível altíssimo de muitos adultos consagrados no meio do Futebol de Mesa. Me perdoem as outras "crianças", mas pelo meu "afastamento" de competições a nível estadual, vou citar uma criança "caseira" que corresponde muito bem ao que falo sobre sua evolução no Futebol de Mesa: o Maia Jr. O Juninho está jogando muito bem, um futebol de mesa fino, envolvente, de dar gosto de se ver e de dar inveja a muitos marmanjos. Não deve nada a muita gente. Treina com disciplina e bate de frente com os mais cascudos do clube, inclusive seu pai, o famoso Maia (um excelente jogador). Esse garoto promete e vai longe.
Eis que surge uma luz no fim do túnel, contradizendo este nobre colunista (graças a Deus, não é?) e nos enchendo de orgulho e esperança, para que não se acabe o tão charmoso esporte/hobby das pessoas deste Brasil imenso. Não vamos perder para os jogos eletrônicos e nem para a violência. Todos juntos para a eternização do esporte/hobby mais charmoso do Brasil: o Futebol de Mesa (ou futebol de botão).
Vejam as gerações de botonistas: Miguel, de 2 anos e, ao fundo, Ricardo Nunes, com mais de 50 anos

POR FAVOR: FALEM DO FUTEBOL DE MESA NA IMPRENSA ESPORTIVA

Hoje (06/10/2012), por curiosidade, abri as páginas do site Terra que dá cobertura a todos os times da série A do Campeonato Brasileiro. A princípio, era uma curiosidade sobre a dança dos jogadores, mas fui me atendo às anotações sobre a história e conquistas. E isso tudo me levou a uma página onde descrevem as atividades de todos eles, afinal, não é só o futebol que atrai os seus associados e simpatizantes. Os grandes clubes brasileiros mantêm departamentos diversificados, praticando enorme diversidade de esportes. Uns têm equipes de vôlei, basquete, remo, futebol de salão, hóquei, natação e diversos esportes relativos à água e, pasme, tênis de mesa. Nenhum fala, em seus departamentos, de futebol de mesa. Será vergonha?

Já participei de campeonatos em que, equipes do Vasco da Gama, Flamengo, Fluminense, América, Portuguesa Carioca estiveram presentes, com seus uniformes tradicionais. Estes departamentos, pertencentes aos clubes, mantêm blogs, nos quais é falado sobre futebol de mesa. Todo mundo sabe disso e, por qual razão não são mencionados no rol dos esportes que são praticados?
Vergonha ou omissão? Afinal, nosso esporte é reconhecido pelo CND e pode ser mencionado tranquilamente, atraindo esportistas que o admiram. Não passou isso pela cabeça de seus departamentos de marketing? Não seria uma oportunidade de aumentar o número de associados contribuintes aos clubes?
Eu acredito que ainda exista o antigo preconceito de que o futebol de mesa é esporte de crianças. Pessoas desavisadas devem de ser alertadas para a quantidade de cabeças brancas que ficam horas ao redor de mesas, jogando, lutando pela vitória, alimentando o seu ego de botonista. Não se deram conta, também, que se divulgado fosse o departamento, haveria atração da garotada que teria de redescobrir o futebol de botões e com isso aprender regras, desportividade, fazer amigos em ambiente sadio, longe de drogas e outros males que infestam a juventude atual.
Mas isso não acontece somente com os clubes que amparam o nosso esporte. Qual o jornal em nosso território que abre suas páginas para cobrir alguma promoção? Para conseguir, por misericórdia, um espaço na página de esportes, temos de nos fazer valer de amizades, implorar e carregar jornalistas para as nossas promoções. Mesmo assim, são notinhas que publicadas uma vez encerram a responsabilidade de informar.
Vergonha ou omissão? Afinal, nosso esporte é reconhecido pelo CND e pode ser mencionado tranquilamente, atraindo esportistas que o admiram. Não passou isso pela cabeça de seus departamentos de marketing? Não seria uma oportunidade de aumentar o número de associados contribuintes aos clubes?
Eu acredito que ainda exista o antigo preconceito de que o futebol de mesa é esporte de crianças. Pessoas desavisadas devem de ser alertadas para a quantidade de cabeças brancas que ficam horas ao redor de mesas, jogando, lutando pela vitória, alimentando o seu ego de botonista. Não se deram conta, também, que se divulgado fosse o departamento, haveria atração da garotada que teria de redescobrir o futebol de botões e com isso aprender regras, desportividade, fazer amigos em ambiente sadio, longe de drogas e outros males que infestam a juventude atual.
Mas isso não acontece somente com os clubes que amparam o nosso esporte. Qual o jornal em nosso território que abre suas páginas para cobrir alguma promoção? Para conseguir, por misericórdia, um espaço na página de esportes, temos de nos fazer valer de amizades, implorar e carregar jornalistas para as nossas promoções. Mesmo assim, são notinhas que publicadas uma vez encerram a responsabilidade de informar.
Sempre que surge uma reportagem sobre o futebol de mesa, imagino a luta que o abnegado botonista efetuou, no sentido de informar aos demais botonistas sobre a competição. No entanto, quando uma personalidade artística joga uma partida de botão, a cobertura é imediata e a exploração fotográfica é mostrada a todos os seus fãs. Tenho um amigo, praticante de futebol de mesa que, em determinado campeonato, convidou ao grande Oscar (do Basquete) para participar. Se ele estivesse presente, com certeza a cobertura do certame seria vista em todos os quadrantes do país. Infelizmente, por compromissos profissionais, o grande Oscar não pode comparecer, agradecendo a honra do convite.
Hoje em dia, diversos blogs sobre o nosso esporte surgiram para suprir essa lacuna imensa que existe. Mas, mesmo assim, acredito que isso seja pouco, pois para crescermos como esporte, teríamos de ter um noticiário em jornais diários, visto que o número de competições, na atualidade, é imenso. Em todos os cantos de nosso país joga-se futebol de mesa. São campeonatos diversos, jogados em clubes, promoções de Federações, reunindo botonistas em competições em nível estadual e uma Confederação que realiza competições nacionais.
Há algum tempo, realizou-se no Rio de Janeiro um Campeonato Mundial. Por acaso houve divulgação através da mídia? Que eu tenha tomado conhecimento, nenhuma. A comunicação foi através dos diversos blogueiros que amam esse esporte e que se esforçam em diminuir as distâncias, trazendo notícias sobre as competições.
Muitos blogs não mantêm atualização diária, pois os responsáveis têm outras atividades e delas não podem ficar afastados. Quando sobra um tempinho, atualizam, mesmo que com algum atraso. Diariamente, leio diversos deles, pois assim me atualizo e acabo fazendo novas amizades.
Pensem nisso, fazendo pressão para ver se conseguimos modificar o pensamento dos redatores esportivos de nosso país.

FUTEBOL DE MESA: O ESPORTE DOS ADULTOS.

Como costumo fazer, lendo os diversos blogs sobre nosso esporte, fiquei curioso com o título que o Ricardo Meni, de Jaboticabal (SP), utilizou para o seu artigo no FUTMESA BRASIL:
“Por que “gente grande” é fascinada pelo futebol de botão?
Como todos os seus artigos são muito bem elaborados, esse não foi diferente e são abordadas, nele, as justificativas que levam pessoas com cabelinhos grisalhos, com filhos e netos, a se dedicar ao mesmo esporte que praticava em seus tenros dias.
Eu penso, em adesão a ele, que há uma mística que percorre, juntamente, com o sangue, o nosso corpo e alimenta o nosso espírito. É algo indescritível que ninguém jamais será capaz de explicar, pois transcende à explicação. Amamos o futebol de mesa e nele voltamos a ser os mesmos meninos que fomos há muito tempo. E, conosco, estão as pessoas que entraram em nossa vida por uma razão de convivência e continuam trilhando a mesma estrada.
Portanto, esse fascínio pelo futebol de mesa não é só nosso.
Será pela glória essa luta? Não sei. Acredito que, nessa fase da vida, a maior conquista está nas amizades conquistadas, que mantemos desde nossos primeiros chutes, pelos novos amigos que surgem, com vontades idênticas à nossa. Os amigos que nos viram dar os primeiros chutes e que continuam conosco são irmãos, pois o tempo consolidou e evoluiu de amizade para irmandade. Quantos meninos começaram a jogar comigo e hoje são avós? Já perdi a conta, mas, para eles, eu continuo sendo aquele mesmo moleque que, ganhando ou perdendo, saía feliz do encontro.
Muitos, entretanto, já nos deixaram, semeando saudade em nosso coração. Restam-nos as fotografias de tempos memoráveis, em que juntos, fascinávamo-nos, como se dirigíssemos dois grandes clubes que disputam o campeonato brasileiro, ou o inglês, ou o italiano e alemão. Em nossas mãos estavam os craques que embalavam nossos sonhos. E quando, por sorte, caía em nosso poder um troféu, a felicidade estava completa. Era mais um para colocar na estante que construíamos com pedaços de madeira em nossos quartos.
O futebol de mesa deixou o futebol de botões no passado. Tornou-se grandioso e até se profissionalizou parcialmente. Sim, visto que os grandes clubes brasileiros custeiam as despesas de seus atletas, com a obrigação de levantarem troféus e destinarem ao clube. E, nisso, paulistas e cariocas estão dando de cem a zero nos outros estados. E não há limite de idade nesses clubes, pois são organizados campeonatos nas diversas fases da vida. São diversos campeonatos disputados dentro de uma associação e que premiam todos os seus participantes. Mas, o mais divertido de todos, é o máster. São todos os disputantes portadores de cabelos brancos que jogam pelo amor ao futebol de mesa e que se divertem jogando. E, em cada encontro desses, mais amizades são formadas. Pessoas que conhecemos de nome, que surgem à nossa frente como se saíssem de um livro de história e que nos conhecem da mesma forma. E nasce mais uma amizade, uma amizade madura e cheia de boa vontade e carinho, pois não temos mais aquela ansiedade de vencer tudo e todos. Hoje, o que mais queremos é ter amigos e amigos que gostem daquilo que gostamos.
Talvez, seja isso, Ricardo Meni, a fascinação que a “gente grande” tem pelo futebol de botões.

RECEITA DE UM GRANDE CAMPEÃO

Na noite do dia 26 de junho, a SPORTV apresentou um programa que relembra a primeira grande conquista do GUSTAVO KUERTEN, o nosso Guga. O nome do programa era Guga – 15 anos de Roland Garros.

Eu sempre admirei a força e a vontade imensa desse catarinense e, na sua despedida, escrevi em e-mail, comentando:

“Obrigado, GUGA,
A sua origem brusquense, além de nos mostrar seu caráter, valorizou essa cidade de Santa Catarina, que adotamos e amamos, transformando-a em nossa segunda cidade natal. Que todos sigam o exemplo desse grande rapaz catarinense que mostrou ao mundo que a vida é simplesmente sucesso se você sabe ser humano. Guga é humano e correto. Guga é imortal. Permanecerá, para sempre, em nossas lembranças, para honra e glória de todos os que tiveram a felicidade de nascer nessa terra, e aos que a adotaram por paixão.”

Em sua entrevista, marcada por risadas descontraídas, explicou que a sua colocação no ranking não lhe permitia sonhar muito alto. Que pela posição ocupada, a 63ª, vencer alguns jogos já seria um feito inesquecível. Além disso, vinha de uma série de insucessos, pois, nas últimas cinco partidas, só conseguira vencer uma.

Só que havia um sonho. Ao entrar pela primeira vez naquele mesmo local, aos quinze anos, ele descobriu que era aquilo que queria para a sua vida. Sonhava em vencer Roland Garros e assim escrever seu nome na história, de forma inédita entre nós.

E iniciou sua jornada contra um adversário mais qualificado e venceu. Venceu ao segundo e foi assim até encontrar, na semifinal, o campeão do ano anterior. Pensou que ter chegado até aquele ponto já seria algo inesquecível. Mas, com a força de seu sonho, com o incentivo de seu treinador, conseguiu forças para vencer mais esse adversário poderoso. Restava apenas a final. E, nela, Guga fez a sua melhor apresentação dentre as tantas que já realizara em sua caminhada. Venceu por três sets a zero. Chorou com o lindo troféu de campeão que, pela primeira vez, um atleta brasileiro erguia.

Essa é a receita que quero deixar aos meus queridos companheiros do River. É sonhando que podem chegar ao topo, ao título de campeão brasileiro individual, que vocês conseguirão conquistar essa glória que ainda não possuímos.
Sinceramente, eu acredito no sucesso e que vocês têm a capacidade e jogo suficientes para conseguir fazer a mesma coisa que o Guga. Imaginem-se vencendo cada um de seus adversários, usando a sua força interior, sua vontade, sua coragem e jogando da maneira como o fazem em cada partida realizada em nossa sede.
Esqueçam as adversidades, as dificuldades que aparecerão no caminho. Elas vão existir para todos, não só para vocês. Sintam-se poderosos e ficarão surpresos com a força que sairá de dentro de cada um. Lembre-se que o maior aliado de cada um de vocês é você mesmo. Quando vocês se conscientizarem disso, não haverá força no mundo capaz de detê-los. E será nesse momento que o jogo ficará fácil, administrável e propício ao que vocês se propuseram. Sigam, sempre, com vontade imensa de vencer, de ser o campeão, de ser o melhor, de escrever o seu nome com letras garrafais nos anais da glória de nosso esporte.
Se ninguém disser a vocês que é impossível conseguir atingir e realizar seu sonho, vocês conseguirão facilmente. Pensem positivo, não pensem nas dificuldades, pois elas existirão para seus adversários na mesma proporção que aparecem para vocês. Pensem, sim, na possibilidade de tudo dar certo, daquele ser o seu dia da sorte, no qual seu primeiro passo foi com o pé direito, ao sair da cama.
Só quem procede assim consegue realizar aquilo que imaginou. Sem tentar, nada cairá no colo de vocês. Imaginem-se Gugas, jogando para vencer Roland Garros. E vocês vencerão, tenho certeza absoluta disso tudo.

COPA CLÁUDIO K7

Olá, queridos amigos botonistas. Vamos a mais uma resenha no mais charmoso blog do Futebol de Mesa.
Foi realizada no dia 15 de setembro, um lindo sábado de sol, a Copa Cláudio K7, no Deptº de Futebol de Mesa do River F. C., na Abolição. Com 16 participantes divididos em dois grupos, o torneio foi bem disputado e com um nível altíssimo entre os atletas participantes.
Com início às 10hs, a disputa foi bem interessante nos dois grupos. No Grupo A, Marcinho confirmou ser um dos favoritos e classificou em 1º. André (o Fóssil) e Bathera brigavam ponto a ponto, jogo a jogo pelo 2º lugar do grupo, conseguido pelo André, mesmo com o Bathera aplicando a maior goleada do torneio (10x2 no Cláudio Leão). No Grupo B, com uma campanha excelente, Alexandre "Chiquita" ficou em 1º com certa vantagem. Sendo que a outra vaga foi bem mais disputada, tendo 3 concorrentes diretos - Israel, Lopes e Maia. Israel ficou com a vaga, levando vantagem em apenas 1 ponto sobre os outros dois concorrentes. As Semi-Finais foram bem acirradas, confirmando o que ja acontecera na fase anterior. No cruzamento do 1º do Grupo A (Marcinho) contra o 2º do Grupo B (Israel), um jogo emocionante que terminou empatado em 3x3, onde Marcinho empatou faltando 15 segundos para terminar o jogo. Na disputa de penalidades, Marcinho venceu por 3x1.
No cruzamento do 2º do Grupo A (André Santos) contra o 1º do Grupo B (Alexandre "Chiquita"), outro jogo emocionante. Porém, André venceu por 5x4 - confirmando estatísticas e favoritismo. A Final foi um jogo eletrizante, com bastante gols, confirmando o alto nível do torneio e mostrando o porquê os dois finalistas são considerados dois dos melhores atletas do River e do Rio de Janeiro. Com um resultado fantástico (7x3) André Santos, o Fóssil, honrou o apelido e conquistou mais um troféu para a sua coleção. Completando o pódio: Marcinho em 2º, Alexandre "Chiquita" em 3º e Israel em 4º.
Aproveitando a oportunidade, gostaria de agradecer o apoio do amigo Cláudio Casseti, que nos ofereceu a premiação e foi o homenageado com seu nome no torneio.

GENTE OBSTINADA PELA VITÓRIA...

Vencer é bom demais! Massageia o ego, gera muitas satisfações interiores, além de gerar confiança e convencimento. Comparo a vitória no futebol de mesa, como receber uma dose extra de adrenalina diretamente na veia. Agora, para os obstinados em vencer a qualquer custo, seria como vencer uma final de Copa do Mundo contra a Argentina, e de virada.
A ganância por vitórias pode gerar muitos efeitos colaterais indesejados, tais como: Jogar a palheta longe; palavreado obsceno; indiferença para com o adversário; comportamento agressivo e coisas que podem ser ainda piores. Aí eu pergunto: Será que é preciso este “show” de despreparo?
Penso que o futebol de mesa deve existir para alegrar e cultivar as amizades em torno da mesma paixão. Além disso, não é possível vencer sempre. A derrota faz parte da vida de todos nós, assim como as vitórias. Na verdade, elas se alternam ao longo de nossas vidas.
Uma regra básica e que cabe em qualquer esporte (e no futebol de mesa não deve ser diferente), é o respeito. Sobretudo quando o gosto amargo da derrota subir ao nosso paladar.
Considero um botonista despreparado, quando o único intuito dele é vencer e vencer. Entendo perfeitamente que todos desejam a vitória, afinal, ninguém em sã consciência, coloca seu time de acrílico todo requintado em campo, esperando por uma “doce” derrota.
Creio que precisamos fazer todo o esforço para vencer. Porém, é preciso estar preparado para admitir a derrota, quando esta nos atingir. Além disso, quando perdemos para alguém que foi melhor, é ético e, absolutamente necessário, reconhecer a superioridade do adversário de forma honrosa.
Se vencer é bom e de fato o é, perder faz parte do jogo e podemos aprender com isto. Não estou de acordo quando após uma derrota, o derrotado ficar dizendo: “... Ah se não fosse aquela bola na trave...”. “... Minha palheta estava escorregando na mão...”. “... A mesa não estava boa...”. Bem, isto é típico de quem não aceita a derrota. E para piorar as coisas, não reconhece a superioridade do seu oponente.
Também é bom que se saiba que, quando vencemos significa que alguém está amargando a derrota. Então, para o bem do nosso esporte e também das amizades, saibamos respeitar a dor da derrota que o nosso adversário possa estar sentindo. Por isso é necessário o respeito, dentro e fora das quatro linhas.
Considero o futebol de mesa um esporte maravilhoso e uma diversão incrível! É preciso um caráter reto para poder manter este esporte vivo e saudável. E são os botonistas os principais responsáveis para que isto aconteça.
O espetáculo precisa continuar, mas, para que ele seja brilhante e atraente, os protagonistas desse espetáculo precisam estar alinhados com ética. Nas vitórias podemos sentir prazer e euforia. Nas derrotas honrosas, também é possível desfrutar de uma satisfação proveniente da boa consciência e da ética.

A ARTE DE CHUTAR AO GOL

Fazer o gol no futebol de mesa é um momento mágico. A satisfação e o estado de realização são os prêmios para quem consegue balançar a redinha. Assim como no futebol de campo, o gol no futebol de mesa é como o resultado da construção de uma obra de arte na tela do pintor. A cada lance dentro dos doze toques, vai-se construindo a oportunidade para o gol. As tabelinhas, os lançamentos, os dribles e por fim, o lance final – o arremate ao gol. Entretanto, chegar na cara do gol é uma coisa, e fazê-lo, é outra.
Quantas vezes diante de uma oportunidade clara para balançar a redinha, simplesmente erramos, e acabamos tendo que beber do cálice da frustração. O gosto é bem amargo, eu sei.
Às vezes, um pequeno detalhe pode fazer toda a diferença. Um milímetro ou para a direita ou para a esquerda, poderá ser a causa do aborrecimento ao desperdiçar uma oportunidade clara. Por outro lado, existem aqueles que fazem gols até sem querer. Miram em um canto e a bolinha caprichosamente entra no outro. Vai entender...
A tranquilidade na hora do chute também conta. Botonistas nervosos e ansiosos tendem a desconcentrar, e, consequentemente, acabam errando a maioria de seus chutes ao gol.
Mas essa matéria é dedicada à arte de fazer gols com os botões artilheiros. A perfeição neste caso vem através da insistência nos treinamentos. Quanto mais treinarmos melhor será o desempenho dentro do jogo, sobretudo na hora de chutar ao gol.
Não adianta: quem quer ser goleador no futebol de mesa precisa separar um tempo para os treinamentos.
Basicamente, o gol no futebol de mesa acontece por sobre o goleiro. Ou seja, por cobertura. São raros os gols cuja bolinha entra no cantinho. É verdade que acontece também, mas, o comum para um botonista nato é fazer gols por cobertura.
Observe essas dicas simples para os treinamentos: 1 - Cole o goleiro com fita crepe sobre a linha do gol, bem no centro entre as duas traves. 2 – Escolha as zonas de chutes que durante uma partida, você tem facilidade de chegar para chutar ao gol. 3 - Coloque a própria flanela que te acompanha entre a bolinha e o goleiro (Essa medida é para que os botões não fiquem se chocando com o goleiro ou com as traves). 4 – Defina bem qual a palheta de chute que mais te deixa confortável para chutar. Aliás, a palheta seria uma matéria à parte. Ela é fundamental no momento do chute. 5 – Chute exaustivamente até que marcar o gol se torne uma coisa normal. Você perceberá uma melhora significativa a cada treinamento. 6 – Sugiro que se treinem os chutes dia sim dia não, pelo menos. Pratique várias séries de chutes. Faça disso um hábito, caso estejas realmente envolvido com o futebol de mesa. Quem joga só para brincar não precisa desse rigor todo, obviamente.
Existem botonistas que gostam de chutar de longe. Mesmo assim é preciso os treinamentos.
Uma coisa é certa: quem não faz gols no futebol de mesa não amedronta a ninguém.
Para quem ama o velho futebol de botão, vale à pena insistir nos treinamentos para se obter um bom resultado. Dessa forma, o desempenho pessoal será elevado, e os resultados serão satisfatórios. Pode ter certeza: haverá maior satisfação em praticar o futebol de mesa, quando os gols fluírem com maior facilidade.
Bem, considero o gol uma arte dentro desse nosso esporte. Então, para ser um bom goleador, é preciso, antes de qualquer coisa, ser um artista nessa técnica do botonismo.
Obrigado por ler essa matéria.

FUTEBOL DE MESA E RELIGIÃO NÃO SE DISCUTEM: SEGUIMOS AQUILO QUE NOS CONVÉM

Por acaso já passou pela cabeça de cada um de vocês a possibilidade de a CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL DE MESA decidir, demagogicamente, que, de uma data em diante, somente uma determinada regra contemplará as disputas em nível nacional? Fatalmente será o caos, pois quem não estiver afinado com a regra escolhida, ou deixará de praticar, ou continuará a jogar a sua preferida como fazíamos na antiguidade, isoladamente.
Para atingirmos o estágio atual, necessário foi sentarmos em mesas redondas e trocarmos ideias, conhecermo-nos, aceitarmo-nos e abrir mãos de muitas conquistas individuais.
Da mesma forma que praticamos uma determinada religião, aceitando que nosso vizinho pratique outra e até parentes escolham uma terceira bem diferente. Todas elas têm um único objetivo, que é amar a Deus e ao seu semelhante, nosso irmão. Essa liberdade está na Constituição da República Federativa do Brasil, nos Direitos e Garantias Fundamentais, capítulo I, Artigo V, parágrafo VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.”
Assim, cada um de nós segue a religião que quiser.
Sendo assim, jogamos na maneira que mais nos agrada. Se optarmos pela Regra de um toque, vamos em frente e tentemos ser o melhor nela. Da mesma maneira, se essa opção for pela de três toques, ou doze toques, ou mesmo dadinho, modalidade adorada pelos cariocas. Há também as escolhas regionais. Há pessoas que jogam a nossa Regra Gaúcha, a Regra Unificada, de autoria de Enio Seibert, que utiliza os mesmos botões da gaúcha, assim como existem outros que preferem a Regra Toque-toque, ou Leva-leva, do Fred Mello. Os pernambucanos adoram a Regra Pernambucana, apelidada, por eles, de a Rainha das Regras. Mas, lá também existe quem pratique a Regra Fogo Tebei. Na Paraíba, há uma Regra Paraibana, com muitos adeptos. No Pará, joga-se a Regra Celotex, cujos participantes realizam campeonatos dentro dos grandes clubes de futebol, ou seja: Remo e Paissandu. No Rio, existe a pastilha, e o pessoal que a pratica a adora. São várias as maneiras de praticar o futebol de mesa, o nosso querido jogo de botões.
O trabalho conjunto no sentido do reconhecimento pelo CND foi feito com a participação dos líderes das três Regras mais praticadas no país. A Regra de Um Toque (Regra Brasileira), a de Três Toques e a de Doze Toques. A maioria esmagadora dos botonistas brasileiros pratica uma das três. Foi essa força que conseguiu transformar uma diversão em esporte.
Imaginemos, então, que o nosso Presidente Farah escolha uma delas e exija que o restante do país a pratique. Seria a derrocada de tudo o que foi construído desde a década de oitenta, quando a aproximação foi iniciada. A Confederação adotou a Regra do Dadinho e a oficializou. Seus adeptos estão espalhados de norte a sul do país.
Agora, teremos, no Brasil, o Campeonato Mundial de Futebol de Mesa. As Regras a serem utilizadas serão a nossa de Doze Toques e o Sectorbal (Regra Húngara, trazida por dirigentes da Federação Paulista e já incorporada no clube brasileiro que mais apoia o futebol de mesa: C. R. Vasco da Gama.
Essa é a oportunidade de todos poderem tomar conhecimento de como o nosso futebol de botões é apaixonante. Pessoas que praticam o futebol de mesa em outros países estarão aqui, em nosso solo, disputando esse Mundial.
Sinceramente, eu desejaria que fosse disputado o Mundial nas Regras Oficiais do CND e mais o Sectorball, já que esse é difundido na Europa há muito tempo. Assim poderíamos sentir a reação dos botonistas estrangeiros ao conhecer as nossas três principais regras de jogo. Quem sabe não seriam adotadas em outros países a nossa regra de um toque e a de três toques?
A grande maioria brasileira joga a Regra de Doze Toques, mas ela não é a única em nosso país. Outras existem e devem ser mostradas aos que nos visitam. Talvez estejamos muito perto da data da realização desse espetacular campeonato, mas a ideia fica lançada e que o nosso vice-presidente Robson Marfa consiga sensibilizar o nosso presidente Farah nesse sentido.
Até lá, cada um joga na regra que escolheu, pois para ele é a melhor que pode existir e ninguém o fará mudar de opinião.

O FUTEBOL DE MESA VAI ACABAR!

A constatação acima pode parecer apocalíptica ou até mesmo pessimista, mas é uma realidade. Dolorosa, por sinal, para os amantes de um jogo tão lúdico...

Nos últimos meses me peguei pensando no futuro do “esporte bretão de mesa”, como costumo chamá-lo, e não vi nada muito animador. Pelo contrário, o vi como peça de museu, o que aliás já se tornou, ou como lembrança em mentes de velhos que pouco distinguem a realidade das ilusões...
As causas? A era digital, o videogame, pensariam alguns... Crianças amadurecendo mais cedo, interessadas em temas de adulto, pensariam outros... Mas pra mim, a causa do fim do futebol de botão são os próprios botonistas!!! Isso mesmo, os praticantes, os ditos “amantes” desse esporte que deixou de ser brincadeira para virar coisa séria, federada.
A profissionalização é o problema, então??? Não, de forma alguma.
A seriedade e o respeito com que os profissionais trataram o hoje chamado “Futebol de Mesa” foi louvável e, com toda certeza, foi o que deu novo gás ao esporte e, provavelmente, vai prolongar um pouco sua “vida”.
Mas, de novo digo, que o que vai matar o futebol de botão é o próprio botonista!!!

Eu jogo botão desde 1987, quando ganhei meus primeiros botões, do meu grande herói: o meu pai. Tinha, então, 7 anos. As lembranças mais remotas que tenho desta época são de montar meu “campo”, uma mesa xalingo, e até no chão, nos tacos de madeira da casa onde morava e até na casa de minha avó.

De 2002 para cá, a brincadeira ficou um pouco mais séria, abri fronteiras em busca de um maior intercâmbio com outros botonistas. Disputei campeonatos abertos, oficiais e conheci jogadores de outras localidades, fabricantes, colecionadores, enfim, saí da “casca”...

Mas hoje, dez anos depois, estou quase fazendo o caminho oposto.

Após constatar que no “mundo do botão” a vaidade impera, que aquele time que eu tenho ninguém mais pode ter, que aquela foto 'tal' é ouro e eu não posso copiar pra você, que eu não posso te passar o telefone do cara que vende dadinho ou placa de acrílico, que o que importa é o que eu tenho e dane-se o resto, que o que vale é a política da exclusão, de desprezar tudo que é diferente do que acredito, hoje eu decidi dar um passo atrás e voltar 10 anos no tempo, pro período em que eu amava jogar botão e 'fazer' meus times... e só!!!

Durante este convívio fiz amigos, é verdade. Poucos, diga-se. Mas desta experiência o que me restou foi uma sensação de que o botonista, a fim de preservar o “eu”, vai matar o esporte, vai matar o “nós”. Terminará jogando sozinho, mas com um grande acervo de times e fotos. É Isso!!! Viva a mediocridade!!! Viva o individualismo!!!

Não pretendo ser arauto de nada!!! Só quero passar para meu filho, a mesma paixão que eu, meu irmão  e meus primos sentíamos na infância quando passávamos horas sobre uma tábua verde, a mesma paixão que sinto todo sábado quando reunimos mais de dez marmanjos, no River F. C. (na Abolição) após semana estressante de trabalho...

E se você é um daqueles que cultivam o “nós”, estamos abertos para você vir jogar amistosos e praticar o melhor esporte do mundo!!!

2ª COPA VALPARAISO

Foi realizada, neste sábado de sol, na data de 14 de abril de 2012, a 2ª Copa Valparaiso de Futebol de Mesa, Modalidade Dadinho 9x3. Torneio dividido em dois turnos disputadíssimos. Foram disputados jogos de alto nível, placares apertados e muita, mas muita bola na trave. No 1º turno, o campeão foi o "MITO" Cláudio Latino, fazendo grandes exibições e justificando seu status de mito.
No 2º turno, Marcelo Barila foi campeão, justificando seu status de lenda do FutMesa. Porém, também foi um turno disputadíssimo. Por pouco Cláudio Latino foi campeão do 2º Turno, mas Marcelo Barila não deixou barato.
Na final, com confronto entre os campeões dos 2 turnos, Cláudio Latino levou a melhor e foi Campeão da 2ª Copa Valparaíso. Destaque para os jogadores Wilgbert e Dário Lourenço Jr, que demonstram grande evolução em seus jogos e rápida adaptação à regra 9x3.
Fica o registro pela ótima organização, receptividade e alegria dos donos da casa, Dário Jr e Cris Sá. Um sábado alegre, onde a amizade e a descontração tomou conta e todos nós nos divertimos bastante.

EM DEFESA DA JUVENTUDE, EM DEFESA DO FUTMESA!

Num tempo onde os jogos eletrônicos e vídeo games arrebatam verdadeiras legiões de jovensque verdadeiramente se enclausuram em seus quartos na frente de televisões e computadores, muitos esportes vem perdendo espaço e vendo seu futuro em risco.
Para que esta ameaça não atinja nosso futmesa precisamos ser cada vez mais criativos na busca de alternativas para divulgá-lo e promovê-lo. Tarefa difícil frente a desigualdade bélica entre os eletrônicos e os nossos botões...
Enquanto os eletrônicos bombardeiam nossas crianças com seu verdadeiro, potente e versátil arsenal de sons, imagens e interatividade, nosso futmesa continua mantendo suas características ao longo dos anos. Seu vínculo primário ao futebol de campo, paixão nacional, a necessidade de estratégia e de técnica na execução das jogadas são os atributos que nos seduzem e nos fazem manter a tradição deste espote já quase centenário no Brasil.
Me parece inegável que os benefícios da prática do futmesa, em relação a dos eletrônico, são muito maiores para adultos e principalmente para crianças. Esta mistura lúdica de habilidades e emoções do futebol, da sinuca e do xadrez já seriam suficientes para justificariam meu parecer mas, seguramente, o que de mais valioso vejo no futmesa é a promoção da socialização! Enquanto os eletrônicos transformam nossos jovens em verdadeiros "servos", absorvendo seu tempo e reduzindo drasticamente suas oportunidades de relacionamento interpessoal, o futmesa aproxima as pessoas de uma forma espetacular, promovendo uma verdadeira "net" de amizades e fraternidade.

Graças aos eletrônicos, temos muitas crianças e adolescentes alienados de tudo! A começar pela própria família! Não têm mais tempo nem vontade de estar com seus pais, o diálogo torna-se quase que impraticável e acabam sendo educados por suas máquinas. Sobre as consequências desta realidade, melhor argumentação devem ter os psicólogos e psicanalistas mas, na minha visão veterinária, isto é terrível para a sociedade.
Que tipo de homens e cidadãos serão nossos jovens eletronizados?
Serão eles nossos governantes, nossos políticos, nossos juízes? Que contribuição poderão dar a sociedade? 
É claro que não podemos generalizar mas, é certo que, infelizmente, muitos jovens estão sendo aliciados eletronicamente e vivendo nestas condições de escravidão. Trocam a noite pelo dia para satisfazerem seus desejos e acabem se distanciando cada vez mais de sua família e de seus amigos. Sem pai nem mãe, sem amigos, sem namoro, sem ninguém não virtual, sem ninguém de verdade! Dificuldades na escola, depressão, drogas e a inevitável dessocialização são o salário de muitos destes jovens.
No futmesa a coisa é diferente! O isolamento mórbido da lugar à convivência fraterna, a frieza da clausura da lugar ao calor das amizades, a tristeza dá lugar a alegria e o virtual da lugar à realidade!
É evidente que o futuro de nossos jovens depende de muitos outros fatores mas, se queremos uma sociedade fraterna, devemos estimulá-los a realizarem atividades que promovam esta qualidade. O futmesa, com segurança, é uma delas e, se sozinho não é definitivo, particularmente pode contribuir para um futuro melhor para nossos jovens.
O certo é que: o futuro do futmesa depende de nossas crianças!

AMISTOSOS - QUEM DESAFIA O HIGIENÓPOLIS F. M.?

Amigos botonistas, há alguém preparado para um desafio contra o Higienópolis F. M.? Irei ao seu "Estádio" ou recebo-o no meu.
Liguem:
(21) 7382-9978 (Claro) | (21) 8068-0760 (Tim)
Mandem um e-mail: higienopolisfm@yahoo.com.br
Marcaremos amistoso(s) ou torneio(s).





No aguardo de seu contato.

Saudações!!!

DESAFIO SUBURBANO

Aconteceu na tarde de um domingo lindo, ensolarado, com data de 25 de março de 2012, o Desafio Suburbano entre Higienópolis FM (Rafael Lauria) vs CR Tanoco (Alberto  Vilasbôas). O Desafio aconteceu no Estádio Ubiraci, em Higienópolis, casa do H.F.M. e marcou a inauguração deste 'novo Estádio'. Modalidade Dadinho - Regra 9x3.

Em jogos difíceis e apertados, o visitante se sagrou vencedor do desafio, com 4 vitórias-1 empate-1 derrota, levando a medalha de ouro.

O time da casa sentiu a pressão da própria torcida na inauguração do seu 'novo Estádio', pois a torcida queria jogar junto com o time, o que acabou desconcentrando os jogadores, que se afobaram, erraram bastante e fizeram apenas dois gols em seis jogos.

O destaque fica por conta da descontração e a certeza de que novos confrontos serão realizados em breve.

Seguem os resultados do Desafio Suburbano:
Higienópolis FM 1 x 4 CR Tanoco
Rafael Lauria 0x1 Alberto Vilasbôas
Rafael Lauria 0x1 Alberto Vilasbôas 
Rafael Lauria 1x0 Alberto Vilasbôas
Rafael Lauria 1x2 Alberto Vilasbôas
Rafael Lauria 0x1 Alberto Vilasbôas
Rafael Lauria 0x0 Alberto Vilasbôas
6 jogos; 1 vitória HFM; 1 empate; 4 vitórias CRT; 2 Gols HFM-5Gols CRT.

E viva a amizade e o Futebol de Mesa!!!!

Quem quiser fazer amistosos, entre em contato. Será um prazer!!!!

Tel.: (21) 7382-9978

10 MANDAMENTOS


1 – Não existe regra ruim e sim, opções e gostos diferentes, respeite, procure conhecer e se possível jogar todas elas, mesmo que tenha sua preferência não menospreze as outras. “FAÇA CRESCER O BOTONISMO”

2 – Seja sempre honesto em qualquer situação, mesmo que não seja favorável a você.  “É MELHOR PERDER HONESTAMENTE QUE VENCER SABENDO QUE ESTÁ ENGANANDO A SI E AOS OUTROS”

3 – Procure saber tudo sobre o tipo de botão com que você joga, principalmente material de que é fabricado, tamanho, ângulo, peso, altura, sua melhor posição para o chute etc. “SEJA DETALHISTA, SE VOCÊ NÃO CONHECE NEM OS SEUS BOTÕES NÃO PODE CONHECER O ADVERSÁRIO”

4 – Faça do botonismo seu hobby preferido. “EM QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA NÃO TROQUE SEU JOGO DE BOTÃO POR OUTRO ESPORTE”

5 – Zele pelos seus botões, mesmo que outras pessoas os achem feios ou mal feitos, mantenha-os sempre limpos e bem guardados, tenha sempre consigo todo material necessário para limpeza e conservação. “O IMPORTANTE É SEMPRE TER UM TIME EM PERFEITAS CONDIÇÕES DE JOGO”

6 – Treine sempre, faça o maior intercâmbio possível, não se preocupe com o placar do treino, procure fazer jogadas mais difíceis neste treino para melhor aproveitá-las nas circunstâncias de sua necessidade nos jogos oficiais. “JOGO É JOGO, TREINO É TREINO”

7 – Controle o sistema nervoso, procure sempre manter a calma, se concentre apenas no jogo e não se influencie com o extra campo ou com a qualidade da bola ou do campo. “AS CONDIÇÕES SÃO IGUAIS PARA AMBOS E SEU NERVOSISMO SÓ FAVORECE O ADVERSÁRIO”

8 – Procure se concentrar no tempo de jogo, com este treinamento, depois de algum tempo você saberá se o jogo está no fim. “ALGUNS SEGUNDOS PODERÃO SER IMPORTANTES NO FINAL DA PARTIDA”

9 – Não existe jogo fácil, jogue com a mesma responsabilidade todos os seus jogos, tenha sempre uma tática de jogo para sua necessidade, saiba como jogar precisando vencer, empatar ou até perder. “O MENOSPREZO AO ADVERSÁRIO É O MAIOR ALIMENTO DA ZEBRA”

10 – Nunca jogue de costas, ou seja, com a paleta voltada para você, dê a volta no campo e jogue de frente, toda jogada é importante, a sua negligência pode causar resultado inesperado. “NA JOGADA MAIS FÁCIL É QUE SE DEVE CAPRICHAR MAIS” 

Se você cumprir à risca estes mandamentos certamente será um grande botonista.

SER BOTONISTA É UM ESTADO DE ESPÍRITO!

Ali no quadrilátero retangular de madeira costumamos projetar sonhos; pretensões, anseios, quimeras, visualismos, realizações pessoais. Materializamos projetos; enfeixamos em um determinado "Botão" a expressão maior de nossa habilidade; de nossa paixão; de nossa promoção pessoal! Ele, o "Botão", para nós, é ídolo!.
Quando, ao faturarmos um gol legítimo, lindo, raro, rompemos o silêncio e a introspecção que o jogo em si, a disputa em si, nos impõe, e por vezes então , com um soco no ar,...
Chegamos ao extremo de uma vibração maior, no limite de nossa emoção, de nossa paixão, de nossa sensibilidade, que aflora também no limite de nossas cordas vocais, por vezes com os olhos úmidos, ante aquele " gol ", - conquista extrema e valiosa,(!) - esperada e obtida!
Então, a inércia da bolinha branca, aninhada nas redes de nosso adversário... seu silêncio, e o balanço das redes pelo impacto da bola, como resultante do chute vigoroso de nosso goleador... - aciona em nosso universo anímico, uma eclosão mágica de vibração, e como que acautelamento; sensação esta de vigor e bem estar, um momento de prazer e felicidade rara... tão nossa conhecida, mas só desfrutada e valorada por quem vive um momento assim... reservado pelos "deuses" aos botonistas que não hesitam em repartir uma boa facção de seus dias, e de suas vidas, dedicados ao "jogo de botões"!
Estes momentos que se sucedem, tão nossos conhecidos, serão eternos enquanto vivamos! Enquanto tivermos ao alcance da mão: um time de botões... polidos; numerados, elencados, treinados, escalados, e uma bolinha branca para ser acionada, compelida em rumos os mais variados en cima da mesa, durante trinta minutos valiosos de nosso dia, em submissão a um "carnet", ou a uma escala de um campeonato ou torneio na defesa de nossas cores! São momentos eternos enquanto vivermos, para nós todos! Somos uma legião! 
O suave balanço da rede adversária, após um chute de nosso atacante, a visão, a constatação desse lance uma vez consumado, vale mais do que aplausos prolongados de uma multidão! 
O Botão, viverá em mim enquanto eu viva! E tiver dispondo de minha lucidez! Senhor de meus atos e de minha vontade! Dono de meus caprichos e de eleitor exigente de meus botões, que compõe o meu complemento, eis que eles, todos eles com os quais eu jogo e disputo os jogos, são partes integrantes de mim, são um prolongamento de mim mesmo!
Quão gratificante sempre será o entrechoque de botões em uma mesa Galalites e acrílicos, num desfile de cores, formas e tamanhos!
Jamais um impulso em um botão, será ou terá sido um gesto mecânico, ou ocasional meu!
Ele, o botão impulsionado, que sai de sua inércia, e ocupa um lugar na mesa, obedece uma determinação de meu cérebro e o comando de minha mão!
Há mais de 20 anos participo de partidas, nos mais variados rincões de meu Estado!
Meus botões já ocuparam e ocupam sempre um lugar de destaque, especial, e protegidos em uma caixinha ou em um estojo, quais pérolas raras, que por mim valorizados, viajam envoltos em flanelas e veludos, numa caixa especial, adredemente preparados para protegê-los!
As vitórias? Elas são doces! Elas tem o sabor do mel da flor de laranjeira! Elas despertam e acionam em mim, as cores do arco-íris, quando relembradas, quase todas, em detalhes!
Isto me faz admitir, quão maravilhoso é o nosso cérebro... eis que arquivadas em minha memória, lembranças fantásticas de fantásticas vitórias!
Claro que, seus autores, meus botões, tornaram-se " pequenos ", se comparados com as medidas modernas, adotada por meus contemporâneos!
Entre os enormes defeitos que detenho, um deles, entre os que conheço, encontra-se minha franqueza, sinceridade, e extremado senso crítico ...Sou transparente no que penso! Não sou bajulador e não gosto de ser bajulado!
Mas os amigos são um presente de Deus! Jogar futebol de botão é um lazer sadio! A sorte, se existe, porque trata-se de um jogo, influência muito pouco no resultado da partida... Mas existem lances que atribuimos ao "acaso" - decorrentes da umidade, da temperatura, da falta de preparo adequado do botão escalado... e mesmo como dizia o Nelson Rodrigues, atribuimos ao "Sobrenatural de Almeida" por serem inexplicáveis à luz da lógica!
Estas considerações, divagações e referenciais, foram elaboradas, todas, ditadas por meu coração! Elas são verdadeiras...
São reminiscências, que me foram solicitadas por um dos "incontáveis" companheiros, e ocasionalmente, "adversário". Penso ter atendido seu pedido.
Pinto esta tela de minhas lembranças, com as cores de nossos botões!
A inércia deles - dos botões - ameaça contaminar esta crônica, fadada a ser esquecida no tempo, e ficar e permanecer inerte, no arquivo de um jornal... Mas sei de forma e maneira convicta, que ela, esta crônica, foi escrita e dirigida para ti, que vives no mundo restrito do "circo dos botões"... E uma vez lida e entendida, entenderás por isso, tu que és portador de Razão e Sensibilidade, que te trazem e acendem em ti: paixões sadias e emoções não medidas, mas que tem o condão de acelerar o teu coração e que te exigem postura!
E no instante mágico em que isto ocorrer, lembrarás de mim, onde quer que eu esteja, em qualquer dimensão em que eu for enviado... saibas que se eu tiver oportunidade de falar com Deus, pedirei, exigirei Dele que me seja dada a felicidade plena e suprema de ter comigo, no céu, um time de botões, uma mesa, uma bolinha e um adversário com as qualidades, e a grandeza e pureza de espírito do André Santos, do Márcio Carvalho (Marcinho), do Cláudio 'Latino' e do Márcio Maia! Ah ! Quase esqueço de dizer... Mas... ainda há tempo. Ainda há espaço. As 'navalhadas' do sr Aurélio, que saem chutes como se fossem 'pombo sem asas'...