RECEITA DE UM GRANDE CAMPEÃO

Na noite do dia 26 de junho, a SPORTV apresentou um programa que relembra a primeira grande conquista do GUSTAVO KUERTEN, o nosso Guga. O nome do programa era Guga – 15 anos de Roland Garros.

Eu sempre admirei a força e a vontade imensa desse catarinense e, na sua despedida, escrevi em e-mail, comentando:

“Obrigado, GUGA,
A sua origem brusquense, além de nos mostrar seu caráter, valorizou essa cidade de Santa Catarina, que adotamos e amamos, transformando-a em nossa segunda cidade natal. Que todos sigam o exemplo desse grande rapaz catarinense que mostrou ao mundo que a vida é simplesmente sucesso se você sabe ser humano. Guga é humano e correto. Guga é imortal. Permanecerá, para sempre, em nossas lembranças, para honra e glória de todos os que tiveram a felicidade de nascer nessa terra, e aos que a adotaram por paixão.”

Em sua entrevista, marcada por risadas descontraídas, explicou que a sua colocação no ranking não lhe permitia sonhar muito alto. Que pela posição ocupada, a 63ª, vencer alguns jogos já seria um feito inesquecível. Além disso, vinha de uma série de insucessos, pois, nas últimas cinco partidas, só conseguira vencer uma.

Só que havia um sonho. Ao entrar pela primeira vez naquele mesmo local, aos quinze anos, ele descobriu que era aquilo que queria para a sua vida. Sonhava em vencer Roland Garros e assim escrever seu nome na história, de forma inédita entre nós.

E iniciou sua jornada contra um adversário mais qualificado e venceu. Venceu ao segundo e foi assim até encontrar, na semifinal, o campeão do ano anterior. Pensou que ter chegado até aquele ponto já seria algo inesquecível. Mas, com a força de seu sonho, com o incentivo de seu treinador, conseguiu forças para vencer mais esse adversário poderoso. Restava apenas a final. E, nela, Guga fez a sua melhor apresentação dentre as tantas que já realizara em sua caminhada. Venceu por três sets a zero. Chorou com o lindo troféu de campeão que, pela primeira vez, um atleta brasileiro erguia.

Essa é a receita que quero deixar aos meus queridos companheiros do River. É sonhando que podem chegar ao topo, ao título de campeão brasileiro individual, que vocês conseguirão conquistar essa glória que ainda não possuímos.
Sinceramente, eu acredito no sucesso e que vocês têm a capacidade e jogo suficientes para conseguir fazer a mesma coisa que o Guga. Imaginem-se vencendo cada um de seus adversários, usando a sua força interior, sua vontade, sua coragem e jogando da maneira como o fazem em cada partida realizada em nossa sede.
Esqueçam as adversidades, as dificuldades que aparecerão no caminho. Elas vão existir para todos, não só para vocês. Sintam-se poderosos e ficarão surpresos com a força que sairá de dentro de cada um. Lembre-se que o maior aliado de cada um de vocês é você mesmo. Quando vocês se conscientizarem disso, não haverá força no mundo capaz de detê-los. E será nesse momento que o jogo ficará fácil, administrável e propício ao que vocês se propuseram. Sigam, sempre, com vontade imensa de vencer, de ser o campeão, de ser o melhor, de escrever o seu nome com letras garrafais nos anais da glória de nosso esporte.
Se ninguém disser a vocês que é impossível conseguir atingir e realizar seu sonho, vocês conseguirão facilmente. Pensem positivo, não pensem nas dificuldades, pois elas existirão para seus adversários na mesma proporção que aparecem para vocês. Pensem, sim, na possibilidade de tudo dar certo, daquele ser o seu dia da sorte, no qual seu primeiro passo foi com o pé direito, ao sair da cama.
Só quem procede assim consegue realizar aquilo que imaginou. Sem tentar, nada cairá no colo de vocês. Imaginem-se Gugas, jogando para vencer Roland Garros. E vocês vencerão, tenho certeza absoluta disso tudo.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. É engraçado como a nossa natureza competitiva pode nos atrapalhar mais vezes do que ajudar, não é mesmo?
    Quando a gente se aplica e se esmera para alcançar um objetivo acabamos relegando a coisas importantes no caminho e até mesmo na hora do jogo.
    Voce pode notar que seus colegas - e até mesmo voce - jogando no River, seja algun campeonato interno ou amistoso, tem a mesma leveza e descontração por estarem entre amigos e isso acaba beneficiando a estes no jogo, pois se preocupam apenas em se divertir, em jogar. No máximo se concentrar mais para executar uma jogada mais difícil ou elaborada.
    Mas quando vão a uma competição oficial, a tensão se diz presente, mesmo que não esteja estampada no rosto, mas sussurando internamente em nossas mentes "tenho que vencer, tenho que vencer..." e isso acaba alterando a qualidade de sua jogabilidade como disse anteriormente, na maioria das vezes negativamente, pois você já não vê do outro lado da mesa um colega ou companheiro de palhetadas e sim um adversário.
    Quem consegue fugir dessa carga interna do 'vencer é preciso' são poucos. Guga foi um desses.
    Mas este problema vai se repetir por muito tempo ainda, pois é difícil para o homem aceitar que mais importante que o destino alcançado é o caminho trilhado.

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