Você já deve ter se surpreendido pensando se a Argentina vai ganhar esta Copa. Claro que pensou. Depois do sorteio dos grupos, quando ficou estabelecido que poderia acontecer uma final entre Brasil e Argentina, você pensou nessa final. Você imaginou essa final. Talvez você tenha desejado essa final.
Então você visualizou uma vitória do Brasil no Maracanã, e, imediatamente depois, algo desagradável fez seu cérebro mudar de assunto. Mas foi o suficiente para deixar uma sensação ruim, como os últimos instantes antes de acordarmos de um pesadelo. Você pensou em uma… Você sabe.
Foi neste momento que você passou a procurar razões para se convencer de que aquela possibilidade – é, aquela – era um devaneio, um surto. “Eles só têm um jogador…”, “a defesa não é confiável…”, “eles nem chegarão à decisão…”. Nada como o pensamento otimista para limpar a mente, não?
O fato é que você continua pensando e nem sabe direito por quê. Afinal, convenhamos, “eles” não deram motivo para ser considerados uma ameaça clara e presente. O “único jogador” está longe de decepcionar, é fato, mas ainda não encarnou Maradona. Não é o nome da Copa, é? Pois é, quer dizer, ainda não. Como Ruud Gullit disse outro dia na televisão, “eles têm os melhores jogadores e o pior time”. Combinação intrigante.
Ao ver o jogo contra a Argentina 2 x 1 Suíça, você voltou a pensar em tudo e não resolveu nada. A Argentina poderia ter perdido, mas ganhou. Poderia ter sofrido o empate no final da prorrogação, mas a trave não deixou. E você sabia como seria o gol, quem estaria envolvido, etc e etc. Tanto que, na hora, sua reação foi a de quem já tinha visto aquele lance. Estranho.
O time parece um projeto não finalizado, com defeitos que não são compatíveis com o brilho que você sabe onde está, mas nem sempre enxerga. Gullit também disse que “a Argentina só pode melhorar, e se isso acontecer…”. Por isso os pensamentos vêm e vão.
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