Apesar de fazer muito sucesso nos anos 80, o futebol de botão foi inventando no começo da década de 30 pelo brasileiro Geraldo Cardoso Décourt que foi um incansável divulgador e organizador de eventos de futebol de mesa, o que propiciou o seu desenvolvimento, assim como sua popularização. Futebol de mesa, o antigo futebol de botão fez a alegria da molecada, sendo amado e praticado com sua diversidade de regras e materiais. O jogo é praticado com botões apropriados que representam os jogadores e que são movidos com o auxilio de uma paleta, é praticado como um passatempo mas foi oficialmente reconhecido como esporte em 1988.
Mas o futebol, esporte mais popular do mundo, é quem foi o grande inspirador para a criação do futebol de mesa. Botões de qualquer tipo de roupa, casacos e camisas, foram as primeiras peças utilizadas para se jogar, por isso o nome de futebol de botão. Botões maiores se transformavam nos “zagueiros” e menores viravam “atacantes”, fazendo uma analogia com o futebol. Mais tarde, começaram a ser fabricados em plástico e acrílico, e até um acrílico mais duro que recebia a marca de Crystal, pois era de um acrílico mais forte e resistia bem mais aos pisões e cotoveladas sem querer que os jogadores menos cautelosos faziam.
Aos poucos todos queriam fazer coleções, os mais difíceis de conseguir, sempre vinham com uma ajuda da Placar, revista de esportes da época, que trazia em cada edição escudos para montar os jogos de botão, que eram vendidos sem escudo, com times do que seria a Série B do campeonato brasileiro hoje em dia, ou de times do interior paulista como Ferroviária, São José, etc. Além de ter um bom jogo de botão, era necessário ter o 'estrelão' direto no chão ou mesmo a mesa da Coluna (fabricante de brinquedos da época), que começou a ser fabricada no final dos anos 70 e era item caríssimo no começo dos anos 80. Mas o que fazia a alegria mesmo eram as travinhas amadoras, com times de plástico, jogados na maioria das vezes no próprio chão. Já os campeonatinhos dos amigos da rua eram jogados com estrelão às vezes com a bolinha redonda, a chamada, 'profissional' (quando não tinha, serviam as pecinhas do War mesmo).
Jogava-se inicialmente nas calçadas que passaram a ser os campos, riscava-se com giz o desenho do campo, porém não deslizavam muito bem e posteriormente passou a se jogar em pisos de cerâmica ou mármore até chegar às mesas de jantar, que eram grandes e não precisava se jogar agachado no chão. Após o reconhecimento como esporte, as modalidades passaram por um crescimento estrutural e conceitual sem precedentes. As federações estaduais se organizou e ganhou "status" profissional e atualmente, existe uma interligação estrutural entre os eventos promovidos pelas federações e as confederações.
Hoje, o Futebol de Mesa (também chamado de futmesa), encontra campeonatos estaduais individuais e por equipes (os grandes clubes de futebol também têm equipes participando, como Corinthians, Nacional, Palmeiras, Rio Branco e Santos no estado de São Paulo e América-RJ, Bangu, Flamengo, Fluminense, Olaria e Vasco no Rio de Janeiro), além das recentes Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro de clubes.
Não é difícil entender por que o jogo apaixona os mais velhos e os mais novos, aproxima pai e filho, traz os sonhos à tona e promove duelos inesquecíveis. O interessante é que, como o futebol era muito popular nos anos 80, não podiam faltar nas coleções, times que, embora hoje estejam um pouco esquecidos, disputavam as categorias principais na época, como Ponte Preta, América-RJ, Bangu, Santa Cruz, não havia um lançamento de jogos de botão que não contasse com esses times, além de Ceará e Guarani (campeão brasileiro em 78 e vice-campeão em 86) que recentemente voltaram à elite do futebol brasileiro e disputavam com força os campeonatos de futebol de botão na casa dos avós nos anos 80. Bons tempos...
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