Os meninos que viveram o auge da
infância na década de 90 ainda tiveram a oportunidade de jogar o bom e velho
futebol de botão, hoje desconhecido para a geração digital. Por sua
simplicidade, a disputa atraía a atenção de muitos e também se tornava emocionante,
na medida em que só a vitória interessava. Com chuva ou sol, a brincadeira
podia acontecer em qualquer lugar, desde que houvesse um companheiro disposto a
medir forças e mostrar sua habilidade.
As equipes de botões vinham com
adesivos autocolantes dos principais times do Brasil e do exterior, além de
inúmeras seleções nacionais. Os mesmos podiam ser adquiridos em livrarias, a um
preço baixo, fato pelo qual se tornaram bastante populares. Para a partida ser
realizada, utilizava-se um tabuleiro, com as mesmas divisões de um campo de
futebol de verdade, colocado em cima de uma mesa ou até mesmo no chão.
Os jogadores eram conduzidos por uma
palheta, na tentativa de acertar a bola, formada por um disco minúsculo,
geralmente de cor preta. Cada um poderia efetuar, no máximo, três toques e em
caso de erro, a posse de bola seria do outro time. Isso deixava o jogo rápido e
aberto. Jogadas ríspidas geralmente aconteciam, pois seguidamente atingia-se em
cheio o oponente, em vez do alvo. A falta mais comum ocorria quando a bola
parava em cima do escudo da equipe, sendo considerado toque de mão.
Não havia tempo estipulado para a
duração de cada confronto. Geralmente eles acabavam quando alguém estava
levando uma goleada e desta forma desistia, ou então reclamava da “arbitragem”,
dizendo que o adversário roubava. No calor do jogo, muitas discussões
aconteciam, pois cada um defendia ferrenhamente seus interesses, porém nada que
não fosse resolvido no dia seguinte.
O futebol de botão é uma das muitas
recordações dos tempos de outrora. Comecei a me interessar por ele quando
ganhei Brasil e Estados Unidos, justamente na época da Copa do Mundo de 1994.
Nos anos seguintes cheguei a ter mais de 20 equipes, entre clubes nacionais,
estrangeiros e seleções; e a coleção só não foi maior porque aqui em São
Luiz Gonzaga tinham poucas opções para a compra.
É com nostalgia que lembro as muitas
tardes dedicadas exclusivamente a essas disputas, que envolviam principalmente
os amigos da vizinhança. Infância como a daquele tempo dificilmente vai
existir, pois cada vez mais cedo a tecnologia está presente no dia a dia das
crianças, fazendo com que elas deixem para trás hábitos e brincadeiras
saudáveis.
Enfim, recordar
é viver! Quem nunca jogou futebol de botão não sabe o que perdeu!
(Em 04/05/2013)
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