VIAGENS A COMPETIÇÕES OFICIAIS - COPA INTERIOR EM CABO FRIO

Olá, amigos. Disputei uma etapa extra do Campeonato Estadual - a Copa Interior, em Cabo Frio. Confesso que fui com o objetivo de me divertir, curtir a alegria da viagem, rever alguns amigos e voltar à Cabo Frio, cidade que não visito há 17 anos - a última vez que fui à tal cidade foi no ano de 1996. É certo que fiquei o tempo todo no ginásio, porém matei a saudade dos velhos tempos em que passava férias nas lindas praias da cidade, pescava com meu pai e meus tios.
Joguei bastante descontraído que perdi jogos pela falta de concentração e capricho nos momentos em que eu chutava a gol. E no único em que joguei concentrado, apliquei uma goleada de 4x0 em meu adversário.
Confesso que senti o cansaço da viagem e da noite de sono prejudicada. A idade vai avançando e o corpo começa dar sinais de que já não é mais o mesmo. E percebo que já estou em uma fase em que terei de abrir mão de viagens a algumas cidades, pois já me desgasta e incomoda. O que não tem preço é o reencontro com os amigos de outros clube para colocarmos o papo em dia e resenhar muito... Fora a bagunça no carro.
Espero que seja uma vontade passageira de não viajar mais, pois amo jogar o futebol de mesa seja em qual lugar for e também tenho que incentivar meu pequeno filho a fazer o mesmo. Futebol de Mesa não tem fronteiras.
Voltando ao torneio, confesso que não fui bem tecnicamente e todos os resultados que obtive foram justos. Mas fui tecnicamente melhor do que de costume... Bem diferente dos treinos em meu clube. Fiz 07 gols em 05 jogos, média acima do que faço nos treinos mesmo não tendo feito gol em um dos jogos. E o grupo tinha feras,com bastante experiência e títulos conquistados.

E assim foi mais uma competição disputada, em mais uma viagem para fora da capital do Rio de Janeiro. Mais um torneio - e fora de minha cidade local - para o currículo do Higienópolis Futebol de Mesa.

O PRAZER DE JOGAR UMA COMPETIÇÃO INDIVIDUAL OFICIAL - PARTE II

Olá, caros leitores/seguidores. Confesso que estou em um nível muito péssimo, não conseguindo jogar 1% do que jogava. Mas confesso que, quando me concentro e eu foco em alguns objetivos, consigo jogar mais do que eu jogava antes. Como gosto de futebol de mesa e gosto de fazer novas amizades e gosto de conhecer novos lugares, não me cobrava os desempenhos, pífios e medianos. Mas ultimamente meus desempenhos em treinos ou competições internas têm me incomodado bastante. Lógico que não sou craque a nível de jogadores como meus companheiros de clube André Santos, Márcio Carvalho, Marcos 'Bathera', os Maia, Marco Aurélio, Régis Martins (Flu) , Paulo Renato (Flu), dentre outros. Mas posso chegar ao nível de craques como meus companheiros de clube Hugo Gomes, Márcio Lopes, Elsio Limoeiro, Ricardo Nunes, etc.

Conto com conselhos e dicas de meus companheiros e amigos de clube, que me ajudam de uma forma ou de outra. Tenho que treinar mais em casa, conforme conselhos do amigo Marcos 'Bathera' e que nunca fiz desde minha filiação junto à federação, em 2002. Encontrei as palhetas certas, os times certos e o clube certo para treinar. Agora, vou trabalhar a mente para ter a concentração necessária na hora certa. Não deixarei problemas pessoais ou de trabalho interferir no local de minha mais gostosa diversão e nos campeonatos (internos e oficiais). Farei novas amizades e conhecerei novos lugares, mas com a cabeça focada nos objetivos e a concentração mais afiada.

Vamos a todo vapor, vamos levantar a cabeça e cumprir os objetivos e metas para mostrar meu valor. Se o futebol de mesa é a minha melhor e mais gostosa diversão, por que não levar a sério também? Se eu não me valorizar, quem vai? Vamos mostrar teu verdadeiro valor, Lauria.

Veremos neste dia 22 de junho de 2013, em Cabo Frio como será o desempenho neste início de um novo ciclo nesta carreira de mais de 10 anos de federado. Experiência, disposição e vontade é o que não faltarão. Vamos fazer as mesas tremerem na Região dos Lagos. Cabo Frio que nos aguarde. Dá-lhe Higienópolis, dá-lhe Lauria, dá-lhe River F. C.

O ÚLTIMO TREINO (Por Antonio Maria Della Torre)

Doutor Teixeira, médico excelente sem preconceito de cor ou crença,atendia pobres, ricos e todo doente que lhe viesse com qualquer doença. Amável e muito bom esposo, pai de duas saudáveis crianças, era esse o médico bondoso daquela cidade e toda vizinhança. Não cobrava aos pobres a consulta, recebendo bem a quem a seu consultório viesse: rico ou pobre, analfabeta ou culta, era querido por gente de toda espécie. Certa vez, estando de viagem a família, fica o bom médico só com o seu outro amor: BOTÕES DE JOGO! Uma verdadeira pilha. Treinava e treinava só, mas com ardor. Chutes a gol, toques e passes; jogadas e táticas queria aprimorar. Tinha do botonista muita classe; que bom era vê-lo jogar. Mas a caminho, numa estrada, enquanto o doutor se divertia, levada pela mãe, uma criança desenganada à casa do doutor se dirigia. Chegando à porta da moradia a mulher chamava e batia palmas. Doutor Teixeira, alheio a tudo, os botões polia e aos pequenos discos entregava-se com alma.
 

O bom médico absorto em sua diversão não escutava a mulher que à porta batiaao ponto de ter sangrado a mão! E, lá dentro, o remédio que ele tão bem conhecia. Meia hora depois ainda chamava a mulher aflita, e a criança que de febre queimava, fechando os olhos perdeu a vidadiante da família do médico que regressava. Trazido pela esposa, o doutor a cena via e ao constatar que a criança estava morta, confessou que salvá-la poderia se houvesse há dois minutos batido à porta. Ao saber que a mulher estivera tanto tempo ali na rua o médico caiu em prantos. Chorava... Chorava como se a criança fosse sua... E, a todos, causava espanto. Dirigiu-se à sala de treinamento. Pegando os botões, no lixo com ira os atirou e com triste e firme pensamento Doutor Teixeira NUNCA MAIS JOGOU!

 

O original deste poema me foi entregue pelo autor na década de 90. Não sei se inédito ou já publicado. Talvez tenha sido divulgado em algum boletim, jornal ou revista do Grêmio Recreativo Riachuelo, uma vez que o nome deste clube,frequentado por Della Torre, está anotado no início do poema.
 
(Em 12/06/2013)

O ARMANI DOS BOTÕES

Tem Flamengo amarelo, rosa, da época do Zico. Eram onze da noite quando o artesão, mestre dos botões, Adriano Moutinho entrou em casa, em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense. Cumprimentou mulher e filhos e correu, apressado, para o escritório - uma saleta de 3 por 3 metros. A parede estava apinhada de medalhas ganhas em competições de futebol de mesa. O armário guardava os troféus dos Campeonatos Estaduais Interclubes (de mesa). E recostada à parede, repousava metade de uma mesa de futebol. É nela que Moutinho testa suas criações.

Aos 50 e tantos anos, Adriano Moutinho é especialista em fabricar times de futebol de botão (ou de mesa, como é chamado por uma dissidência mais ortodoxa). Recebe em média mais de 25 encomendas por mês, que entrega mediante pagamento de alguns reais por time. "Faço as peças. E crio o estilo também", conta. O serviço é sazonal, e costuma se intensificar em épocas de campeonato. "Todo botonista é meticuloso. Gasta o que for preciso para ter um time bonito", relata Moutinho, que chegou a acumular alguns mil reais em meses de vacas gordas. "Tem gente de outros estados que me encomenda estas artes."

Há alguns anos atrás, Moutinho vendia seus times em uma loja, chamada Oficina do Botão, onde expunha seu trabalho. Seu processo de criação funciona da seguinte forma: primeiro, o cliente escolhe um time - que pode ser nacional, como o XV de Piracicaba; ou estrangeiro, como o Manchester United. Em seguida, Moutinho cria o estilo, parecendo com a camisa do time escolhido (seja tradicional ou comemorativa) e faz as peças, em acrílico e/ou madre-pérola.

Em um ano fabricando botão, ele calcula produzir mais de 1.000 times. Seu catálogo conta com os diversos clubes do Brasil e do mundo, como Olympique de Marseille (França), Borussia Dortmund (Alemanha), Fenerbachçe (Turquia), Flamengo, Vasco, Atlético-MG, além das Seleções dos países. Normalmente a clientela pede que a arte se assemelhe ao uniforme do time. Quando cria para consumo próprio (ele tem vários times em casa), Moutinho foge à regra, algumas vezes.

O futebol de mesa foi criado nos idos dos anos 30 pelo campinense Geraldo Décourt, o Charles Miller do esporte, que jogava com os botões das próprias calças. Após a edição do primeiro livro de regras da modalidade, feito pelo próprio Décourt, o futebol de mesa se espalhou pelo Brasil. Hoje, é jogado do Chile ao Japão, passando pela Hungria, onde foi realizado o Mundial de 2009.

Nos primórdios, os botões eram feitos de peças de roupa, casca de coco e tampa de relógio. Na década de 1970, quando a brincadeira se popularizou, as peças passaram a ser produzidas por marcas de brinquedos, em plástico, e já vinham com os símbolos dos clubes. Hoje, botonista que se preza só joga com peça de acrílico (um conjunto de treze peças - dez na linha, duas na reserva e uma no gol - chega a custar 190 reais). A Confederação Brasileira de Futebol de Mesa se encarrega de organizar o calendário anual da modalidade (o Campeonato Brasileiro foi disputado em junho, no Rio de Janeiro). Durante o ano, Moutinho representa Associação Atlética Portuguesa, da Ilha do Governador, no Campeonato Estadual do Rio de Janeiro Interclubes.

Moutinho não trabalha apenas com times que existem. Ele conta já ter feito equipes de bairro e, no começo do ano, para um cliente um escrete com personagens de filmes de terror. Era Hannibal Lecter e Freddy Kruger na zaga, Jason no meio-campo e Chuck no ataque. Frankenstein e Conde Drácula já haviam pendurado as chuteiras naquela época.